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Professor do Agrocurso tira dúvidas sobre manejo de bovinos e manejo racional

Programa de ensino à distância do Canal Rural promove capacitação no agronegócioO professor do Agrocurso, Alexandre Bizinoto, participou de um chat na noite dessa terça-feira, dia 10. Bizinoto respondeu a perguntas sobre manejo de bovinos e manejo racional, os dois módulos do Agrocurso transmitidos atualmente. O professor Bizinoto trambém apresenta dicas sobre os módulos do Agrocurso todas as segundas-feiras no Jornal da Pecuária.

>> Acesse o Agrocurso

O Agrocurso é um programa de ensino à distância (EAD) do Canal Rural que promove a capacitação de profissionais do agronegócio. O projeto apresenta cursos em conjunto com a Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ) e Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu). As aulas do módulo Manejo Racional são exibidas aos sábados, às 6h, com reprise no mesmo horário aos domingos. As aulas do módulo Manejo de Bovinos vão ao ar nas terças-feiras, às 9h, com reprise no mesmo horário às quintas-feiras. Alunos inscritos têm acesso a todas as aulas exibidas de cada módulo, além de receberem um certificado de conclusão caso sejam aprovados em uma avaliação online ao final do curso.

Pergunta: Qual a relação de custos entre o manejo comum e o racional? O manejo racional tem mais custos?
Resposta: Se pensarmos somente nas técnicas de manejo, não há alterações no custo. O custo aumenta somente com o uso de equipamentos ou instalações novas ou readequadas. Penso que um raciocínio melhor seria também avaliarmos o quanto as técnicas do manejo racional podem incrementar a receita da atividade e facilitar o comércio do produto em mercados mais exigentes.

Pergunta: O manejo racional depende muito de períodos secos?
Resposta: A única relação estaria na alimentação, se entendermos ser ela integrante do pacote. E a alimentação deve garantir o bem-estar animal e sua produção total.

Pergunta: Acredito ser mais fácil implementar o manejo racional em uma vacada pequena. É muito difícil fazer o manejo com um rebanho grande?
Resposta: O manejo cabe em qualquer tamanho de rebanho. A diferença está no tempo de resposta. Algumas experiências mostram que, na verdade, o condicionamento humano e posterior condicionamento dos animais fazem a maior diferença.

Pergunta: Há muita diferença de temperamento entre os animais?
Resposta: Consideramos que os bovinos variem entre o débil, que é aquele apático, e o muito reativo, com tendências a ataques aos que se aproximam. Quando praticamos a seleção de animais menos reativos para serem reprodutores em nossos rebanhos, aumentamos a possibilidade de sucesso na prática do manejo.

Pergunta: Como fazer o manejo racional do rebanho em período de seca? Ele difere muito em relação ao manejo em período chuvoso?
Resposta: Pensando em alimentação, devemos estar atentos à nutrição adequada dos animais. Pensando em curral, devemos estar atentos às condições do piso, formação de lamas (inclusive nas bordas dos cochos). Pisos com muita lama dificultam o deslocamento dos animais no curral e impedem o acesso deles aos cochos.

Pergunta: Quanto tempo leva para mudar a mentalidade do peão para o manejo?
Resposta: O funcionário deve ser inicialmente convencido e motivado a assumir o manejo para que possa aplicar os conhecimentos das práticas adequadas a cada tipo de atividade.

Pergunta: A respeito da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), existe uma média aceitável de prenhez? Já obtive 65% de nascimento.
Resposta: O uso de inseminação artificial é importantíssimo em qualquer atividade pecuária, pois garante o melhoramento genético do rebanho. Considerando o uso de touros com bom temperamento, certamente a possibilidade da máxima expressão genética se estabelecerá. Quanto à IATF, 65% é um índice satisfatório. Estou acostumado a encontrar índices menores.

Comentário: É uma pena que o curso seja mais dirigido para gado de corte.
Resposta: Sou produtor de leite, e os conceitos do manejo são equivalentes em sua maioria. Fiz uma adequação no curral para facilitar o manejo dos animais solteiros (jovens e adultos), inclusive para facilitar as práticas de biotécnicas da reprodução.

Pergunta: Como sei o período de IATF para a novilhada?
Resposta: A IATF deve ser praticada segundo um protocolo pré-estabelecido por um médico veterinário, que deve avaliar as condições fisiológicas das matrizes e novilhas do rebanho, eliminando os problemas da prática da IATF (que é cara). Ocorrem induções ao ciclo ovulatório, e, para a relização da inseminação artificial, deve ser seguido um horário pré-fixado pelo protocolo.

Comentário: Realmente, temos de estar mais conectados a cada dia, buscando mais conhecimento, reunindo pessoas, para trocarmos ideias.
Resposta: Atualmente, vivemos com ausência de mão de obra para as propriedades rurais, principalmente as ligadas à pecuária. Devido aos custos de produção e ao achatamento dos valores comerciais pagos ao que produzimos, torna-se imprescindível buscarmos qualificar a mão de obra.

Pergunta: O touro com umbigueira passa contaminação para as vacas e deve ser descartado?
Resposta: O touro deve ser descartado quando não consegue desempenhar suas funções adequadamente ou está contaminado com doenças transmissíveis aos seus colegas de rebanho (doenças sexuais ou não). Defeitos físicos adquiridos ou não devem ser descartados do rebanho.

Pergunta: Tive experiência de uma vaca nelore que pariu e não deu leite para o bezerro. Tivemos que colocá-lo em outra vaca. Essa vaca poderá emprenhar e dar cria novamente e leite de volta?
Resposta: Novilhas e vacas de 2ª cria podem apresentar melhoras em partos posteriores. O critério de descarte deverá considerar outros problemas encontrados entre as matrizes. Se você tem que descartar fêmeas do rebanho para manter o tamanho dos lotes ou para fazer caixa para a propriedade, ela então poderá integrar o lote. Se for fêmea a filha, a mesma deve ter esse registro em sua ficha para avaliação futura.

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