As escolas rurais no Brasil representam apenas a metade do número de escolas na área urbana. Em Mato Grosso, o índice de analfabetismo no campo chega a 12% e o acesso de novas gerações ao ensino básico é apenas uma das dificuldades enfrentadas pelos agricultores. Esse cenário assustou entidades do agronegócio e motivou debates na tentativa de mudar essa realidade.
“A gente entende que tem que engajar realmente toda comunidade dos produtores, setor privado e setor público. Todo mundo tem que trabalhar para o mesmo rumo”, disse o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) de Mato Grosso, Otávio Celidonio.
A segunda edição do Cresce MT, uma iniciativa do Senar, reuniu educadores do Brasil e do exterior em Cuiabá para discutir estratégias para formar gerações capazes de acompanhar a evolução da tecnologia no campo e na cidade. “O papel do estado é fundamental, principalmente na educação básica, mas eu acho que quando a gente chega aos setores específicos, aí cabe às cadeias produtivas se organizarem pra ajudar nesse sentido”, disse o economista agrícola Décio Zylbersztajn.
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Na visão do especialista em inovação, Clemente do Nascimento Nóbrega, sugere que tanto o campo, quanto a cidade pensem juntos, mas adotem modelos mais atuais para difundir conhecimento à população.
“A distinção entre campo e cidade, por exemplo, deixa de existir. O que existe é a convicção de que há concepções novas pra que as pessoas aprendam sem que necessariamente tenha que haver um professor ensinando. Através de tecnologias, de experimentações, através de interações em redes, pessoas trocando experiências entre si, sem nenhum autoridade central, é disso que a gente está falando”, concluiu Nóbrega.
