O agricultor brasileiro está mais otimista sobre o futuro econômico do país segundo pesquisa encomendada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e executada pela Agroconsult. De acordo com o estudo, o otimismo veio com a melhora de produções como café, laranja e cana-de-açúcar.
Produtor de cana no interior de São Paulo, Gilmar Soave já presenciou, ao lado do pai e do avô, algumas das crises financeiras que atingiram o setor. A última, que começou em 2008 e provocou o fechamento de usinas, foi a mais longa e ainda deixa marcas. “Muita gente abandonou e mais de 50% dos fornecedores desistiram da cana”, disse.
Nos últimos meses, a mudança no cenário político e a melhora na remuneração pela cana têm deixado o produtor mais elevado. Soave até decidiu investir as economias no plantio de mais de 100 hectares. “Eu acho que está mais favorável para a melhora e eu arrisquei, com mais confiança para ver se consegue dar uma melhorada. Por isso, eu tenho uma boa esperança para 2017.”
Notícias Relacionadas
Segundo a pesquisa da Fiesp, da porteira pra dentro o nível de entusiasmo do produtor chegou a 106,3 pontos, 4,2 pontos acima do trimestre anterior. “São setores que foram muito machucados ao longo do tempo, seja por políticas públicas equivocadas, seja por conjuntura de mercado no caso da laranja e do café e que esse ano apresentaram uma reação bastante interessante por uma questão de desequilíbrio na oferta e demanda mundial”, disse o gerente de agronegócios da Fiesp, Antônio Carlos Costa.
A pesquisa ouviu 700 produtores de todas as regiões do país e revelou dados sobre renda, intenção de investimento e dinâmica do setor. O índice de confiança do agronegócio tem uma escala que vai de 0 a 200 pontos, onde 100 pontos indicam neutralidade. A pontuação abaixo de 100 mostra pessimismo e insatisfação e, passando dos 100 pontos, o indicativo é de satisfação e otimismo.
Assim como os índices de confiança da agricultura, o otimismo da agropecuária surpreendeu pelo quarto trimestre consecutivo. “A retomada da confiança significa, também, a retomada dos níveis de investimento e a gente já percebe essa reação acontecendo com o setor de fertilizantes, reagindo no acumulado do ano, assim como o setor de máquinas e implemento. Então, vivemos uma situação mais favorável do agronegócio como um todo”, completou Antônio Carlos Costa.
