Se fosse um jogo de futebol, o Orçamento de 2021 teria sido decidido no último minuto da prorrogação, compara o comentarista Alexandre Garcia. Ele afirma que, após atrasos e concluído às pressas, ainda houve preocupação por parte do presidente da República de “levar um pênalti”, por risco de incorrer em um crime de responsabilidade em relação ao que contém o texto.
Entretanto, o projeto de lei do Congresso Nacional (PLN) número 2 deste ano ano alterou a Lei de Diretrizes Orçamentárias, permitindo a abertura de créditos para a pandemia. “Com isso, pacificou a possibilidade de sancionar o Orçamento com veto, sem desagradar a base e sem incorrer em crime de responsabilidade fiscal”, complementa o jornalista.
“Mas agora há ainda um ‘returno’, um terceiro tempo”, lembra Garcia. Esse tempo extra de jogo será necessário porque não há dinheiro para o agro, para o programa de agricultura familiar, para o custeio.
“O próprio presidente já falou do agro brasileiro no discurso de hoje [na Cúpula dos Líderes sobre o Clima], dizendo que a sustentabilidade do agro é um modelo para o mundo. E essa locomotiva chamada agro, que está garantindo as contas externas para o Brasil, vai ter que receber atenções para que haja recursos suficientes para o sucesso continuar”, finaliza Alexandre Garcia.