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Agro também sofre com a crise política e econômica

Entidades do setor estão apreensivas com questões que não vão adiante devido à paralisia do governo federal 

Fonte: Canal Rural

A crise política e econômica vem afetando o setor produtivo rural. Dificuldades na liberação de crédito e projetos de lei de interesse da agropecuária são alguns dos pontos que têm seu processo dificultado pela paralisia em Brasília. E isso tem deixado várias entidades do setor bastante apreensivas.

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) está preocupada com o plano safra 2016/2017, que pode sofrer atrasos diante dos impasses da crise.

“Fizemos um seminário no início deste mês para tratar desse assunto e de novo um ponto comum de reivindicações foi que as medidas sejam divulgadas com antecedência, e não em cima da hora”, diz Célio Porto, coordenador de política agrícola da FPA.

Para o presidente da Federação de Agricultura de Mato Grosso (Famato), outro ponto preocupante é o crescimento do desemprego.

“Nós temos aí uma taxa de desemprego muito alta, e a economia não está crescendo, com exceção do setor agropecuário, que está crescendo pouco. O maior problema hoje do Brasil é a ingovernabilidade”, diz Rui Prado, presidente da Famato.

Além da preocupação com as questões econômicas, o setor produtivo está de olho também no cenário político, principalmente na Câmara dos Deputados, onde há vários projetos de lei voltados ao agronegócio e que estão a passos lentos.

Exemplo é o projeto de revendas de defensivos agrícolas e o da cédula imobiliária rural, que facilita a liberação de crédito para os produtores.

Na bancada ruralista, há uma preocupação também com a troca de ministros, principalmente na pasta da Agricultura.

“Nos últimos dias, muito tem se falado da provável substituição da ministra Kátia Abreu. O setor tem uma ótima relação com a ministra e é importante que ela tenha força, para continuar tocando num governo desgovernado”, diz o deputado federal Jerônimo Gorgen (PP-RS).

Falando pelo governo, o deputado federal Henrique Fontana considera que a queda da presidente Dilma Rousseff ampliaria a crise no país: “Se o golpe ocorre, vai dividir muito o Brasil, ampliar a crise e trazer enormes prejuízos para a nossa economia”.

Para o presidente da Aprosoja Mato Grosso, Endrigo Dalcin, a alternativa hoje seria a troca de todo o comando do governo, como forma de restabelecer a confiança no país.

“A gente vê, por exemplo, aqui em Mato Grosso, comércios fechando e caminhoneiros nas estradas bloqueando rodovias novamente. É triste ver um país com um potencial desse parado por uma questão política”, diz.

Já o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás, Maurício Velloso, enxerga uma luz no fim do túnel.

“Eu acredito que estejamos muito próximos de conseguir reconduzir o Brasil aos trilhos, à legalidade, à normalidade e permitir que ele consiga novamente trilhar o caminho de ser uma grande nação.”

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