A alta – provocada pelo socorro do governo às distribuidoras, junto com com a falta de chuvas, que baixaram os reservatórios das hidrelétricas, e o acionamento das termoelétricas, cuja energia é mais cara – deve prejudicar principalmente os produtores que necessitam de irrigação contínua, caso dos hortifrutigranjeiros.
João Gruber, produtor goiano de batatas, teve que reduzir a área plantada em quase 10% neste ano. Na última safra, o preço do produto não cobriu os seus custos, e o aumento da conta de energia neste ano deve tornar a sua situação ainda mais complicada.
– Quando você soma no total do custo da produção, a irrigação, ela significa de 5% a 6%. Você tem um aumento de 3% a 4% no custo final da produção da batata, e como é um mercado de hortaliça, que depende de oferta e procura, você não consegue comandar o seu valor de venda. Pode acontecer igual já aconteceu em 2014, a gente vender mais barato do que custou pra produzir – disse.
Para o diretor do Sindicato Rural de Cristalina, em Goiás, Renato Caetano, como não há forma de reverter o aumento do preço da energia, o consumidor final deve sofrer com o repasse dos custos. Ele defende que a necessidade de ajuda por parte do governo.
– Na verdade nós não precisávamos ter ajuda. Nós precisávamos só não ter a interferência negativa. O produtor podia ter, sim, investimentos na área de produção de energia também, que ele pudesse produzir também uma quantidade necessária da energia que ele necessita aqui na fazenda aqui mesmo, mas pra isso esse custo é alto. Aí sim entraria um financiamento a longo prazo, subsidiado, pra que a gente tivesse a nossa produção – afirmou.