Alunos que “insistem” em ir às aulas na zona rural precisam driblar obstáculos como a falta de infraestrutura, carência de transportes e estradas em péssimo estado para chegarem às escolas. No município de Igrapiúna, região baixo sul da Bahia, 900 jovens estudam no colégio Casa Jovem e, enquanto alguns “sortudos” conseguem voltar para casa com o transporte escolar, outros utilizam caminhões como uma alternativa.
A segurança é um quesito que aflige os pais, especialmente Jociene Mendes da Silva Nascimento, auxiliar de serviços gerais, que acompanha a viagem da filha por medo. “Quando chove o caminhão desliza um pouco, as crianças gritam, depois brincam, para passar o tempo”, conta. Ela relata que os estudantes não se dão conta do perigo que passam, “as mães é que veem a realidade da vida”, afirma, em meio a uma risada.
A diretora do colégio, Laura Vasconcelos De Santana, explica que a maioria dos alunos vem de caminhão “justamente pelas dificuldades que a gente tem com as estradas”. Ela acrescenta que outro problema enfrentado pelos estudantes é a lotação do transporte. “Muitas vezes, tem que voltar, fica na metade do caminho, mas graças a Deus nunca tivemos acidentes”, ressalta.
Apesar de todas as adversidades, aqueles que conseguem chegar à escola são recompensados ao terem a possibilidade de explorar novos mundos. “A maioria só tem acesso à internet na escola. Nas comunidades onde eles vivem não têm”, explica a diretora do colégio Casa Jovem.