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Analistas garantem preço do feijão em alta até 2017

A escassez do produto dá maior poder de negociação para agricultores e reduz a margem de atacadistas

Fonte: Roberta Silveira/Canal Rural

A produção do feijão registrou queda de 16% em comparação ao ano de 2015, com um volume de aproximadamente 2,7 milhões de toneladas, segundo dados da Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab). Há dois meses, a menor oferta fez os preços subirem e a saca do carioca chegou a R$ 500. Agora, a cotação está entre R$ 350 e R$ 400 pagos ao produtor, o que ainda é tido como um valor elevado.

Para especialistas, o preço do feijão carioca vai continuar em alta até o fim do ano e só uma boa produção em 2017 poderá baixar a cotação. “O cenário ainda é bastante complicado em termos de oferta. A gente não vai ver feijão abaixo de R$ 400 a saca, no caso do feijão carioca que é o mais consumido neste país. Então, a questão do abastecimento ainda ficará bastante complicada até o final do ano ou começo da próxima safra”, disse a analista de mercado Sandra Hetzel.

A escassez do produto dá um poder de negociação maior para os agricultores e reduz a margem dos atacadistas. Mas, por outro lado, o preço pode estimular a produção para a próxima safra. “Existe uma pequena tendência de aumento de área de feijão que é o reflexo destes preços altos, mas, em médio prazo, o preço do feijão também tende a equilibrar”, falou Maximiliano Miura, que é pesquisador no Instituto de Economia Agrícola de São Paulo.

O que também pode reduzir o valor do feijão é a queda de consumo. Para Hertz, o consumidor não quer pagar um preço tão alto no produto, mesmo que seja uma das bases da alimentação brasileira. “Ele (produtor) não pode pensar mais em R$ 500. Esse é um preço que está completamente fora da realidade. Vamos colocar o pé no chão e pensar em preço de, no máximo, R$ 150 para o produtor. Tem que se pensar direitinho, fazer as contas e ver que o importante é produzir bem para ter uma boa remuneração.”

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