As exportações de milho no primeiro semestre caíram 74 por cento na comparação com o mesmo período do ano passado, quando 12 milhões de toneladas do grão foram enviadas ao exterior. Mas a associação nacional dos exportadores de cereais acredita que o cenário deve mudar no segundo semestre. A expectativa é que os embarques sejam recordes.
Sergio Mendes, diretor da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), acredita que neste ano o país vai quebrar o recorde anterior, em 2015, quando 30 milhões de toneladas foram exportadas. “A gente tá esperando talvez 32 (milhões de toneladas) para esse. […] o que aconteceu no ano passado, em 2016, foi algo completamente fora do comum. Se exportou muito em janeiro e fevereiro quando o normal é se exportar no segundo semestre. O que aconteceu? No ano todo se exportou 17 milhões de toneladas, quando que se esperava 30 milhões de toneladas”, ele explica.
A previsão pode se concretizar, porque no acumulado do primeiro semestre deste ano, as exportações totalizaram três milhões de toneladas. Número muito próximo do que foi exportado janeiro a junho de 2015, ano em que foi registrado o maior volume de exportação no brasil. Mas a hora de comercializar é agora.
“Tem muito milho sobrando por ai e é um perigo ficar exposto ao tempo. A capacidade de armazenagem é limitada, então o produtor que tiver, tem que exportar”, afirma Sergio Mendes.
Para quem acompanha o mercado, é preciso aproveitar o momento de expectativa de quebra de safra dos estados unidos. O analista de mercado Vitor Brandão afirma que é possível que a queda na produção norte-americana se concretize, tanto em função dos preços mais baixos no ano passado, quanto pelo clima desfavorável. “A gente tá com clima seco lá e muitas áreas já estão registrando escassez e grande estresse hídrico das lavouras, então a produção norte-americana é quase certo que vai ser inferior aos mais de 380 milhões de toneladas do ano passado”, avalia Brandão.