A Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), se pronunciou sobre a publicação da Lei 17.293 do governo de São Paulo, que prevê alterações na redução de alíquotas e benefícios do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Segundo a entidade, o aumento de tributação em São Paulo, que entra em vigor em 1º de janeiro de 2021, é perigoso porque abre precedente para outros estados seguirem a medida. Em entrevista ao Rural Notícias, o presidente do Conselho-Diretor da Andav, Alberto Yoshida, falou sobre os impactos da medida e a movimentação das entidades para assimilar a situação.
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Estima-se que a decisão onere em até 5% os custos de produção de algumas culturas e reduza em até 30% as margens líquidas dos produtores de leite. Mas, automaticamente, essa elevação de impostos pode reduzir até mesmo a rentabilidade da indústria de insumos e produtos agropecuários.
“Estamos vendo um movimento muito grande de entidades e associações se organizando, desde associação de produtores a sindicatos rurais. Todos estão se reunindo para entender os impactos que a medida pode causar na economia do estado e do Brasil. Ao meu ver, faltou um pouco de comunicação entre as entidades”, avaliou.
“Temos a dificuldade de setores como o leite, a suinocultura e as aves, que sofrerão um impacto muito grande. Além da baixa competitividade que vamos ter, já que os outros estados não aderiram ao decreto”, completou.
Segundo Yoshida, caso a decisão se mantenha, as indústrias, que vendem seus produtos a outros estados, podem optar por deixar São Paulo.
E para esclarecer as dúvidas do setor, a Andav vai promover no dia 9 de dezembro, uma transmissão ao vivo com especialistas para traçar um painel sobre os impactos do decreto na cadeia produtiva paulista.
A transmissão é aberta ao público e os interessados devem se informar pelo site do evento.