Esta segunda, dia 16, foi o último dia para que interessados pudessem opinar na consulta pública realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sobre a proibição ou não do uso do paraquat. O assunto causou polêmica, já que muitas entidades ligadas ao agronegócio são contra o banimento do herbicida. A Anvisa afirma que a decisão sai em 120 dias.
De acordo com as instituições ligadas ao agronegócio, o produto é indispensável para a agricultura do país.
“O paraquat complementa, junto com os demais agentes, o controle de ervas daninhas, tanto na produção de grãos de soja, algodão, uma série de culturas. É importante o uso desse produto, tirar é sim impactar o custo de produção e eu diria até mais, poderemos ter algum resultado negativo na produção brasileira”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Soja e Milho do Brasil (Aprosoja), Almir Dalpasquale.
No início de novembro, a Anvisa deu início a uma consulta pública para que as pessoas pudessem analisar e fazer sugestões quanto à proposta de proibição do herbicida. O produto é utilizado desde 1970, especialmente no plantio direto, para combater mais de 40 plantas daninhas. O posicionamento técnico da agência é pelo banimento do produto no Brasil. A Anvisa alega que o paraquat pode causar Mal de Parkinson em quem consome ou manuseia. Por enquanto, mesmo com o fim da consulta pública, o órgão não vai se pronunciar sobre o assunto.
“O que vai acontecer e o que está acontecendo hoje já é uma proposta de mitigação de um eventual parecer contrário à utilização do produto”, diz o diretor-executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Eduardo Daher.
Segundo dados da Embrapa, sem o paraquat o custo de produção pode subir quase 130%. O diretor da Associação de Plantio Direto do Cerrado, John Landers, afirma que com a proibição do uso do herbicida o preço dos alimentos pode subir.
“O risco de paraquat não é mais que muitos outros químicos. Tem os organofosforados nas inseticidas que são mais tóxicos que isso. Então, vamos colocar a coisa em perspectiva. Os agricultores brasileiros, hoje em dia, estão muito conscientes quanto à responsabilidade de usar os defensivos agrícolas”, expõe Landers.