A compra da insumos para a safra 2017/2018 está abaixo da expectativa da indústria. Apenas 60% dos pacotes tecnológicos foram comercializados até agora. Apesar do atraso, as indústrias estão otimistas. No ano passado, o setor de insumos agrícolas movimentou aproximadamente R$ 110 bilhões. Neste ano, o setor espera crescer até 10%. Os defensivos representam 40% do faturamento, seguidos de fertilizantes, com 17%, e sementes, com 14%.
De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), Henrique Mazotini, como os preços dos grãos estão mais baixos em comparação ao mesmo período do ano passado, o produtor, na maioria dos casos, está cauteloso. Mazotini pede para que o agricultor não deixe as compras para a última hora, pois isso pode onerar o frete.
“Nós temos aí o diesel sendo elevado, e é para esse gargalo logístico que nós estamos caminhando. Nós convidamos os amigos produtores para que decidam o mais rapidamente possível, porque nós já estamos às vésperas da próxima safra”, diz Mazotini.
Segundo o diretor de marketing da Brandt Brasil, Antonio Coutinho, essa demora nas compras é um fenômeno que já aconteceu antes. Segundo ele, o produtor pode estar de olho em alguns fatores do mercado, mas vai comprar.
“Estamos produzindo normalmente e estocando os produtos, que, mais cedo mais tarde, certamente vão sair. A gente também tem que observar o fenômeno climático: o produtor precisa da chuva. Muitas vezes alguns já estão sentindo a hora de plantar, estão já trabalhando para isso. Assim que vierem as primeiras chuvas consistentes, acho que as vendas vão começar”, diz Coutinho.
Mazotini destaca que a indústria está com a logística de pronto atendimento preparada, mas acredita que pode haver um pequeno descasamento na venda dos produtos. “De qualquer forma, nós acreditamos que o agricultor também recupera esse tempo perdido”, afirma.