Apesar do pico da colheita, a cotação do trigo para dezembro na Bolsa de Chicago registrou alta de quase 15% nos últimos 30 dias. De acordo com especialistas, os produtores brasileiros, assim como os agricultores argentinos, russos e americanos estão retendo o cereal à espera de altas ainda maiores.
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“Com o avanço da colheita em importantes regiões produtoras como Paraná e Rio Grande do Sul, e em certa medida na Argentina, o cenário natural seria uma queda nos preços. No entanto, o clima muito irregular, reduziu a estimativa de safra da safra gaúcha e também oeste do Paraná, fato que vem favorecendo a alta neste momento”, destaca o analista da Safras e Mercado, Jonathan Pinheiro.
Ainda segundo ele, o clima foi determinante para uma das maiores quebras de safra já registradas na Argentina, contribuindo, assim, para a sustentação nas cotações. “A produção do trigo argentino saiu de uma estimativa inicial de 20, 5 milhões de toneladas, para 17 milhões. Além disso não estão descartados novos cortes nas projeções, por conta da seca mais severa dos últimos dez anos”, ressalta o analista. A seca também provocou perdas em outros players importantes do cereal como Rússia, Estados Unidos e Ucrânia
Por fim, o analista fala sobre os preços de paridade de importação em alta, como mais um fator que vem pesando sobre o trigo, devido a um cenário de maior demanda por países da Ásia. Pinheiro explica que motivados pela pandemia, muitos países têm buscado abastecer seus estoques.