Apesar da alta dos custos de produção, 2015 vai fechar com balanço positivo para o pecuarista. Já para a indústria a recuperação dos embarques é tímida, e o desempenho das exportações deste ano deve ficar abaixo do esperado.
O preço do boi gordo começou bem em novembro e deve encerrar 2015 com valorização maior que em 2014. Em São Paulo, a arroba já é negociada acima de R$ 150. No ano passado, o valor médio foi de R$ 129.
Veterano na pecuária de corte, com mais de 50 anos na atividade, o produtor José Luiz Niemeyer diz que, apesar dos custos em alta, “as contas vão fechar”.
Para o analista de mercado Cesar Castro Alves, o risco está no longo prazo, quando o produtor terá que vender o bezerro comprado agora em um cenário de oferta maior, em função da atual retenção de fêmeas.
Por enquanto a principal dúvida da cadeia produtiva está na demanda cada vez mais fraca. O consumo de carne bovina no Brasil deve cair de 5% a 8% em relação ao ano passado.
“No atual cenário econômico do país, a expectativa de retração econômica, a alta da inflação, a concorrência com outras proteínas – como carne de frango e suíno, que têm sido mais baratas – impactam na decisão de consumo”, diz o analista pecuário Elio Michjeloni Jr.
Neste ano, o segmento mais pressionado da cadeia produtiva é o da indústria. Em 2009, 50 plantas fecharam ou interromperam atividades. Antes do fim do primeiro semestre, 40 unidades de abate já tinham suspendido as atividades.
Queda no consumo, queda na produção e exportações de janeiro a outubro deste ano, na comparação com ao mesmo período do ano passado, houve queda de 18% em faturamento e 11% em volume exportado. Mesmo assim, o que está dando fôlego para a indústria é o mercado externo.
Mesmo com a queda dos volumes exportados, a carne brasileira continua competitiva por causa da desvalorização do real. Mesmo assim, de acordo com a associação que representa os frigoríficos, 82 países reduziram as compras.
O Leste Europeu importou 46,7% menos em comparação com o mesmo período do ano passado. Os embarques para a Venezuela caíram 31,3%. Hong Kong importou 11,7%, menos. O motivo está na crise econômica global.