A área de trigo no rio grande do sul, segundo maior produtor nacional, deve diminuir mais de 150 mil hectares nesta safra e, mesmo com uma produção boa em 2016, o setor não teve o retorno esperado e vai diminuir os investimentos neste ano. Esses desafios foram debatidos na tarde desta terça-feira, dia 18, durante o Fórum do Trigo, realizado em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul.
Entre tantos problemas aguardados pelo setor na proximidade, um produtor tem motivos para manter o otimismo para a próxima safra. Nilson Panissão disse que vai investir ainda mais na cultura neste ano. “O que está animando um pouco o produtor é a tecnologia que aumenta a produção, fazendo compensar o plantio. Com a tecnologia, a nossa região chegou a produzir mais de 90 sacas por hectare na última safra”, disse.
O produtor de trigo gaúcho colheu em 2016 a maior safra da história em volume e qualidade, o que já seria motivo para investimentos no novo ciclo que começa daqui a alguns meses, mas a realidade se mostrou bem mais complexa. “Esperava-se que fosse valorizar a produção, mas o produtor acabou recebendo um balde de água fria porque, mesmo fazendo o dever de casa, não viu essa valorização”, disse o presidente da Comissão de Trigo da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Hamilton Jardim.
Sem o retorno esperado, os agricultores vão diminuir a produção e a área plantada no estado deve cair de 758 mil hectares para pouco mais de 600 mil, mesmo com o governo realizando leilões do Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) que, segundo o setor, chegou tarde de mais.
“Por mais que o governo tenha gastado aproximadamente R$ 130 milhões aqui no Rio Grande do Sul pra apoiar esses mecanismos, ele não traz um conforto para todos os produtores. Para esse mecanismo, que é altamente burocrático e complicado chegar às mãos do produtor leva, às vezes, mais de um ano. Isso, no entanto, depões contra esses mecanismos”, completou Hamilton.