A semana foi marcada por altas expressivas do boi gordo, principalmente em São Paulo. A arroba chegou a ser cotada a R$ 310, preço bruto e à vista. De acordo com o analista de mercado da Agrifatto Yago Travagini, a valorização se deve, principalmente, ao reaquecimento da demanda chinesa.
“O que a gente tem visto nas últimas duas, três semanas é que a China voltou a comprar como vinha comprando em meados de setembro e outubro do ano passado. Por conta do feriado de Ano-Novo Chinês, eles se ausentaram, mas agora estão voltando. Isso faz com que haja uma melhora nas vendas brasileiras”, diz.
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Outro fator que vem beneficiando as exportações de carne bovina e, consequentemente, o boi gordo, é o dólar, que está oscilando entre R$ 5,60 e R$ 5,70 nos últimos. O câmbio torna a proteína brasileira mais competitiva.
Diante desse quadro, Travagini afirma que há pecuaristas segurando os animais para tentar negociá-los a valores superiores mais à frente. “Tem que ver se compensa. Se a arroba subir 1% e você gastar mais R$ 30 para manter o boi vai ter valido a pena? Tem que fazer essa conta e se prevenir no mercado futuro”, diz.
Além disso, segundo o analista, a demora na chegada da chuva atrasou a recuperação das pastagens. Assim, há animais que estão demorando mais tempo para ficar prontos para o abate.
Para o produtor que espera a arroba do boi gordo ainda mais alta, Travagini destaca que há um grande entrave: a demanda interna, que não está conseguindo absorver o valor do quilo da carne bovina. “Mas se a China continuar cada vez mais compradora e o dólar continuar subindo, podemos ter negócios a R$ 315, principalmente para os animais padrão China”.