A colheita do arroz, no Sul, deve se intensificar no início de março. Produtores estão preocupados com as condições das estradas, que podem dificultar a logística da safra. “Temos muitos problemas e não só nas estradas asfaltadas, como também nas do interior, que dependemos muito”, afirma o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho.
Com a redução na área plantada, o problema de armazenagem está solucionado e vai sobrar até espaço. Mesmo assim, o trabalho das entidades para que os produtores tenham seus próprios armazéns continua. O objetivo é livrar os preços da pressão na época da colheita. “Quando você tem armazenagem própria, acaba tendo outro poder de barganha na hora da venda. Você coloca para a indústria somente o que tem necessidade de vender ou o que está compromissado com ela”, diz Alexandre Velho.
Os silos demandam cuidados antes de receber a produção. A limpeza é uma etapa fundamental para garantir a qualidade do produto, por exemplo. “Se for mal feita ou se deixar algum canto com resíduos de arroz da safra passada, pode contaminar a safra nova”, explica Fernando Mirando, do setor de pós-colheita do Instituto Riograndense do Arroz (Irga).
Quando o período de colheita se aproxima, o rizicultor deve ficar atento às melhores condições para o grão, como a umidade. “O Irga, quando lança uma cultivar, apresentação com algumas recomendações técnicas, e uma deles é o ponto de colheita para evitar perdas. Normalmente o ideal é de 24% a 20%”, diz o pesquisador Cleiton Ramão.