– O arroz continua estável no que diz respeito à produção, tendo em vista a garantia que o arroz tem em função do recurso hídrico disponível. Quando não há esse recurso, o produtor não planta – afirma o presidente d a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto.
A demanda internacional favoreceu as exportações do produto, que alcançaram a mais de 83 mil toneladas até outubro de 2014. Pelo quarto ano consecutivo, as vendas externas superaram as importações.
– Nós estamos competindo no mercado com preços elevados, mas, em função do câmbio, estamos tendo uma boa saída do produto – explica o analista de mercado Ricardo Pinzon.
Na safra 2014/2015, a área gaúcha teve leve recuo: 0,11%. Mas o clima se portou como um vilão, colocando o El Niño para atrapalhar os planos do produtor.
Custos
Mesmo com atraso, cerca de 70% das lavouras foram semeadas no período preferencial para a cultura. A área plantada foi ligeiramente menor que a da safra anterior, chegando a 1,117 milhão de hectares.
O produtor João Paulo Knackfuss, de Eldorado do Sul, conseguiu antecipar a semeadura para a metade de setembro. Ele acredita que isso não afetará a produtividade, mas preocupa-se com o aumento dos custos de produção do arroz e do atraso de uma maneira geral na lavoura.
Em sua propriedade, a aplicação de fungicidas e herbicidas foi realizada por avião agrícola, elevando ainda mais os custos.
– Neste ano, estamos com 700 hectares voados, e temos ainda a segunda cobertura de ureia na primeira parte da lavoura e todo o fungicida pra fazer. Vamos chegar a 1300 hectares voados – calcula Knackfuss.
Rendimento
Ele deve colher em média nove toneladas por hectare nos 220 hectares plantados na metade de setembro.
– Esta lavoura do pré-germinado, que foi plantado no dia 14 de setembro, está prometendo. Quanto à que foi plantada em 15 de novembro, não sabemos ainda o que vai acontecer, mas temos bastante tempo pela frente. Nós temos frio em fevereiro, então não sabemos como ela vai suportar – disse o produtor.
João Paulo Knackfuss está otimista quanto à renda. Como produtor independente, ele consegue barganhar pelo preço do grão.
– A produtividade está relacionada a buscar sempre uma assessoria técnica de qualidade, atualizar-se e estar, senão na frente, junto ao que está acontecendo no mercado. Mas, sem dúvida, a armazenagem própria permite fazer uma melhor negociação – conclui o produtor.