Assistência técnica pode dobrar a produção de peixes no DF

Programa de assistência técnica e gerencial implementado pelo Senar-DF amplia em 30% a produtividade das propriedades

O Distrito Federal pode ver a sua produção de peixes dobrar em dois anos, isso graças ao programa de assistência técnica e gerencial implementado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-DF). Atualmente, 80% da proteína consumida no estado vem de fora.

A piscicultura do Distrito Federal produz atualmente duas mil toneladas por ano, volume insuficiente para atender a demanda interna pela proteína. Para melhorar isso, o Senar-DF recomenda que uma assistência e um gerenciamento bem feitos podem minimizar perdas, principalmente de ração, que é o insumo mais caro da produção e representa em torno de 80% dos custos. “Só com esses cuidados a produção na propriedade pode ficar até 30% maior”, garante Ivan Bernardoni,  zootecnista e supervisor do programa do Senar.

Estes mesmos 30% são exatamente a perspectiva estipulada pelo piscicultor Junior Rocha, desde que começou a seguir as orientações do Senar. Criador de tilápias, pacus e pintados há 12 anos, ele produz entre 15 e 18 toneladas de peixes por temporada, processa o alimento e comercializa o produto já cortado em filés. “Muitos produtos eu não conhecia. Podem ser usados para aprimorar as qualidades da água, crescimento do peixe e desenvolvimento para engorda, que reduzem os custos”, conta Rocha. “Também estamos aprendendo gestão administrativa, algo difícil para a gente.”

Segundo Bernardoni o produtor anota todo o dia o consumo de ração e outros insumos que ele está utilizando na propriedade e passa para o Senar. Com esses dados, é realizado o acompanhamento do crescimento desse peixe, do que gasta realmente pra produzir. “Se hoje o peixe tiver uma conversão alimentar de 2 quilos de ração pra 1 quilo de carne, dá para diminuir para  1,5 quilos de ração e obter a mesma quantidade de carne ampliando os ganhos”, exemplifica o supervisor do Senar.

Ele também destaca que as mudanças no manejo técnico fazem diferença, como o ph da água, temperatura, oxigênio dissolvido, alcalinidade e dureza, são alguns parâmetros a serem trabalhados na piscicultura. “Temos que trabalhar com um ph na faixa de 6,5 a 8, ideal para os peixes como a tilápia, por exemplo”, afirma Bernardoni. “Já na temperatura, tentamos trabalhar acima de 25 graus, o oxigênio dissolvido em água, acima de 4mg por litro, entre outros parâmetros.”