A estiagem em algumas regiões do Brasil está fazendo com que os sojicultores adiem o plantio da soja, sobretudo no Centro-Oeste brasileiro. No entanto, essa notícia gera uma preocupação no mercado por causa de contratos que já foram fechado.
Segundo o analista de mercado Luiz Pacheco, da T$F Agroeconomia, o aumento pela demanda de carnes brasileiras aqueceram significativamente a compra de vários produtos da soja no mercado interno. “Esse atraso do plantio e da colheita, consequentemente, vai ter repercussão no abastecimento das indústrias. O Brasil, felizmente, está usando mais soja no mercado interno, aumentando nossa frota de biocombustível e vamos aumentar ainda mais até 2023 e, atualmente, há uma demanda de carnes no mundo inteiro, agravada com peste suína africana na Alemanha. Aumentou a demanda de carne suína e frango sobre o Brasil e isso exige mais ração e mais farelo”, disse.
Segundo Luiz, o Rio Grande do Sul já sofre com essa demanda, já que o estado teve uma quebra de mais de 40% na última safra. “ Temos um grande parque de carnes e biodiesel. Por isso, o preço tem chegado a R$ 150 em Passo Fundo, porque as indústrias estão tentando subir o preço para fazer o produtor vender e o produtor que está capitalizado, não precisa vender e segura para saber até onde vai”, disse.
Segundo ele, caso a safra atrase, com a falta de soja a indústria terá que recorrer ao Paraguai ou até aos EUA. “Acontece que a safra norte-americana não está boa, então o preço deve se manter em alta, mas acredito que caia a longo prazo. [Donald] Trump está arrumando encrenca com a China, que está comprando tudo o que pode agora”, finalizou.