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Aumento da tarifa de energia elétrica foi principal entrave para arroz em 2015

Com 100% de irrigação das lavouras, Rio Grande do Sul foi o estado que mais sofreu com a elevação desse custo

Fonte: Divulgação/Pixabay

O aumento nos custos de produção e um clima que por várias vezes ameaçou as lavouras marcaram o ano para a cultura de arroz. A bandeira tarifária vermelha, que passou a valer em janeiro deste ano, chegou a dobrar o valor da conta de luz para os produtores, um aumento que atingiu particularmente os rizicultores do Rio Grande do Sul, onde o plantio é 100% irrigado.

“O alto custo da lavoura onerou em 30% as nossas despesas. É um valor muito alto! O preço alcançado pela saca do arroz não chega nem para cobrir todas as despesas”, diz a produtora Maria Eugênia Telles Maciel.

O alívio só deve voltar nos próximos meses, já que no início de dezembro a presidente Dilma Rousseff determinou a retirada da tarifa diferenciada na conta dos irrigantes de todo o Brasil. Com isso, o custo relativo a energia elétrica deve diminuir em média 23%, segundo a Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz).

De acordo com o presidente da entidade, Henrique Dornelles, o ano de 2015 foi caracterizado por aumento dos custos de produção. “Apesar da retirada da bandeira vermelha para os irrigantes e aquicultura, ainda teremos um aumento significativo das tarifas”, diz.

Pré-custeio

Para o presidente da Câmara Setorial Nacional do Arroz, Francisco Schardong, a ausência do pré-custeio também trouxe impacto negativamente o setor. Esse aporte financeiro tradicional da lavoura de arroz serve para equalizar a contabilidade dos produtores e possibilitar a compra de insumos, afirma.

A ausência de pré-custeio nos causou um prejuízo grande e afetou diretamente o preço do arroz

“A ausência de pré-custeio nos causou um prejuízo grande e afetou diretamente o preço do arroz, justamente porque o produtor precisou vender seu produto para quitar os seus compromissos”, diz Schardong.

Clima

O clima também esteve entre as dificuldades enfrentadas pelo produtor de arroz em 2015. O tempo chuvoso, com muitos dias nublados, atrasou o plantio em até um mês em algumas regiões.

Em novembro, entidades como a Federarroz pediram ao governo federal mais tempo para que os agricultores finalizarem a semeadura em função da chuva. O plantio fora do período recomendado não garantia a cobertura do seguro rural. A expectativa é que o clima reduza a produção em 10%, com uma colheita de 7,7 milhões de toneladas do grão.

Perspectivas

Schardong salienta que hoje o Brasil produz 1,4 milhões de toneladas de arroz, o que demonstraria que o país está bem consolidado nos mercados mundiais. “Estamos incomodando, inclusive, os grandes países produtores de arroz”, brinca.

Dornelles diz que o ano de 2016 deve ter abertura de novos mercados, como o México, que deve receber principalmente o arroz gaúcho. “Apesar de todos os desafios, temos esperança e estamos trabalhando muito forte para que tudo isso se concretizar em 2016”, conclui.

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