Aves: exportar menos milho pode incentivar o setor

Associação gaúcha aposta em remuneração igual à oferecida nos portos para manter a produção dentro do estado

Fonte: Jonas Oliveira

Os números apresentados pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) nesta segunda, dia 18, apresenta uma queda de 0,85% nos abates do terceiro estado que mais produz e exporta carne de frango no país: o Rio Grande do Sul. A entidade também projetou o próximo ano. O abastecimento de milho, insumo que em 2017 aumentou muito o custo de produção, será o grande desafio para 2018. O setor aposta na integração da cadeia como forma de não repetir a situação.

“Nós aprendemos com o erro! Estamos nos aproximando da Abramilho [Associação Brasileira dos Produtores de Milho], dos produtores e fazendo contratos futuros. Aquilo que as tradings fazem, que compram o futuro. O que não nos falta é milho. O nosso maior problema e concorrente é o porto, e nós precisamos fazer alguma ação para segurar esse milho que vai para o porto aqui no estado”, diz o presidente da Asgav, Nestor Freiberger. Ele também explica que a remuneração será uma das estratégias usadas para manter a produção do insumo dentro do estado. “Vamos incentivar através do preço. No mínimo, pagaremos o mesmo, e daqui a pouco até um preço em cima disso, para que a gente pegue o milho, transforme, gere emprego e renda e agregue valor ao produto”, afirma.
 
Para retomar o crescimento do setor produtivo no estado, o setor aposta numa aproximação maior com o consumidor, que hoje consome 42 quilos de frango por ano. “Nós passamos um ano com a Operação Carne Fraca a nível de Brasil, e acabou um pouco denegrindo a imagem do produto. Então, com isso, a gente fez essa campanha para mostrar ao público que frango não tem nada de errado. A operação se concentrou muito mais em cima da carne bovina, e no estado do Paraná,” explica Freiberger.
 

Números de 2017

O Rio Grande do Sul abateu 817,4 milhões de aves, o que é 0,85% inferior a 2016. A crise econômica e os escândalos envolvendo a proteína brasileira motivaram essa queda. Mesmo assim, ainda que timidamente, as exportações cresceram cerca de 0,11%.

José Eduardo dos Santos, diretor executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), diz que essa é uma projeção, mas que há chance de acontecer um revés ainda em dezembro. “Não é um mês cheio para exportação, pelas festas de fim de ano, mas devemos equilibrar essa exportação, em torno de 740 mil toneladas”.