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Azeite promete ser o ouro líquido do Cerrado

Cultivo de oliveiras chega ao Centro-Oeste, com investimento de R$ 30 mil por hectare e retorno garantido em 10 anos

Fonte: Divulgação/Pixabay

O cultivo de oliveiras já é comum nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, mas agora o Centro-Oeste está entrando em campo. O cenário parece estranho, em meio à soja e ao milho, as primeiras plantas estão se desenvolvendo no interior de Goiás. O produtor rural Vanderlei Benatti, dono de uma fazenda em Cristalina, tem o apoio do filho engenheiro agrônomo, Douglas Benatti, para investir na cultura. O projeto ainda é experimental. Na área de três hectares, crescem pouco mais de 800 plantas. Um investimento alto, com expectativa de retorno garantido a médio prazo.

“É uma cultura que vai atingir o ápice em 10 a 12 anos, ela é tida como investimento de longo prazo, até que se tenha a colheita dela com volume grande para ter o retorno financeiro”, conta o produtor.

Segundo ele, nos dez primeiros anos se investe em torno de R$ 30 mil por hectare. O retorno é bom, porque se planta uma vez só. “Nós temos os estudos [dizendo que] elas produzem até 300 anos, depois tem que fazer só a manutenção. E como a gente espera colher entre 700 e 1.000 de azeite produzido por hectare, numa faixa de R$ 150, R$ 200, ela é altamente rentável”, projeta Benatti.

primeira colheita de azeitonas é esperada para 2017. A expectativa maior é para o sétimo ano de cultivo, período em que as oliveiras começam a melhor fase de produção, com uma colheita estimada em 5,5 toneladas e extração de 740 litros de azeite de oliva por hectare. A receita pode chegar a R$ 150 mil. 

A cultura depende de um inverno mais intenso para florescer na primavera. A planta é rústica, resistente ao excesso de chuva no verão e ao vento forte, e ainda contribui para a sustentabilidade na agricultura. “Essa planta, nesse ponto, também é magnífica. Ela consegue recuperar áreas degradadas”, diz o filho engenheiro, contando que a área da fazenda onde foram plantadas as oliveiras já teve cultivo de grãos. “Implantamos em uma área degradada, e está se saindo muito bem. Então, em termos de sustentabilidade, é uma planta show de bola”.

Por ser uma espécie que vive até mais de 300 anos, o cultivo pode ser rentável para três ou quatro gerações de produtores, já que chega a dar frutos durante 100 anos, se for bem manuseada. “É uma cultura que nos traz muitas vantagens, além de financeiras, para o solo, para a ecologia como um todo, para a região, para o clima, para tudo. É uma planta que agrega muito valor, em que se aproveita 100% dela. Galhos finos aproveitam para incenso, galhos grossos para ornamentação, o fruto nem se fala, como conserva ou extração de azeite, a folha, pela indústria de cosméticos. E além de tudo isso, o que sobra da produção de azeite, que é o azoto, a gente usa como adubação nitrogenada em cima da planta na cobertura do próximo ano”, explica Douglas Benatti.

fazenda é pioneira e a única no cultivo de oliveiras em todo o Centro-Oeste. As plantas começaram a crescer há pouco mais de um ano e algumas já chegam a quase 2 metros de altura, o que vem despertando os olhares de outros agricultores da região, que acreditam que, no futuro próximo, o azeite produzido aqui vai ser o ouro líquido de Goiás.

“Pelo interesse que todos os produtores já demonstraram e nos procuraram, isso aí vai culminar numa cooperativa, que é onde nós temos hoje os custos mais baixos, menores impostos e vamos trabalhar com um produto só, uma marca só, que vai se tornar conhecida no Brasil e no mundo rapidamente”, idealiza Vanderlei.

Paixão

Em Brasília, o casal apaixonado pelo óleo, Jorge e Cinira Cordeiro Duarte, criou a página “Instituto do Azeite“. Eles são estudiosos e especialistas no assunto. Na loja, quem aprecia encontra o melhor do que é produzido na França, Espanha, Itália, Portugal e Brasil, ficou feliz ao saber que o Centro-Oeste está iniciando o cultivo de oliveiras.

“Isso pra nós é um orgulho, o Centro-Oeste também estar investindo na produção. E vai ser aquele tempo de aclimatação, de buscar o melhor terreno, buscar a melhor espécie, que se adapte melhor àquele terreno, aprender o manejo, e tenho certeza de que logo, logo a gente vai ter um azeite de qualidade”, afirma o especialista Jorge Cordeiro Duarte.

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