A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) convocou os fiscais federais para dar explicações sobre a greve. Os deputados só vão intermediar as negociações da categoria com o governo se a paralisação acabar. Os fiscais já concordaram neste primeiro momento em deixar de lado os pedidos de reajuste salarial. Para os deputados da frente parlamentar da agropecuária, faltou bom senso por parte dos fiscais agropecuários em um momento de crise econômica.
– Os fiscais se aproveitaram da fragilidade do governo neste momento. Vamos conversar pessoalmente com os fiscais para pedir para que haja sensibilidade – disse Edinho Bez, deputado federal (PMDB-SC).
Para o deputado Afonso Motta (PDT-RS), apesar de a lei permitir esse tipo de paralisação, ela deve ter um fim:
– Seria melhor que voltássemos à normalidade das atividades e se continuasse com o debate.
O deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) propôs que os fiscais descem um voto de confiança para a Frente Parlamentar, para que ela possa negociar com o governo as revindicações no setor.
Representantes do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa) lembram os pontos em que as negociações não avançaram. Questões como a mudança da nomenclatura para auditor fiscal, conforme acordo firmado em 2012. No caso do adicional de fronteiras, a lei foi aprovada em 2013, mas não foi regulamentada. E já se passaram cinco anos desde que começou o debate sobre a ocupação de cargos técnicos por mérito.
Mauricio Porto, presidente da Anffa, diz que há reivindicações específicas que dependem de um ou mais ministérios.
– A gente não tem o apoio necessário da nossa ministra da Agricultura. Já tivemos uma audiência com ela em março, e até o momento nada se resolveu – disse.