A bancada ruralista quer que o governo reveja o plano safra anunciado no inicio de maio, reduzindo a taxa de juros e aumentando os limites de crédito por produtor e a renegociação de dívidas. O problema, porém, é que o tempo é curto e a regulamentação das normas e os ajustes com o Ministério da Fazenda precisam estar prontos até julho.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) considera que o lançamento do safra foi precipitado e defende as mudanças. “Agora, para o setor, não é na mudança de um governo onde você tem uma previsão totalmente otimista de redução de Selic e dólar. Na medida em que você coloca um plano antes dessas mudanças, você dificulta futuras negociações que poderíamos ter agora com Ministério da Fazenda e com órgãos que determinam qual seria este valor”, avaliou o superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi.
A audiência pública na comissão de agricultura da Câmara ampliou o debate em cima do Plano Safra. A Aprosoja encaminhou uma lista de pedidos que já havia feito quando Kátia Abreu ainda estava no cargo de Ministra da agricultura e, entre os principais pontos, está a renegociação das dívidas dos produtores.
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“O Brasil leva umas lapadas nas crises climáticas e depois demora tempo para levantar e fica derrapando em renegociações de dívidas”, disse o diretor executivo da Aprosoja, Fabrício Rosa.
Com o prazo se esgotando, o maior desafio da bancada ruralista é convencer a equipe econômica do governo Temer da necessidade de alguns ajustes como, por exemplo, na taxa de juros. Para o secretário de Política Agrícola interino do Ministério da Agricultura, Marcelo Cabral, “essa é uma discussão delicada porque não é uma discussão que compete somente ao ministério da agricultura”. Para Cabral, existe a tendência de redução de taxas de juros, mas ele considera uma possibilidade que deve ser olhara com bastante cautela.
