Os países que compõem as Américas participarão da Cúpula dos Sistemas Alimentares da ONU, prevista para setembro, com diretrizes alinhadas sobre a produção de alimentos sustentáveis. Na última terça-feira, 20, em entrevista no Rural Notícias, Frederico Villarreal, diretor de cooperação técnica do Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA) disse que teme que a cúpula resulte em possíveis restrições a modos de produção agropecuária. E ressaltou que é preciso que os ministérios da Agricultura dos países do continente manifestem sua posição, que eles sejam “a voz da agricultura”.
O comentarista do Canal Rural Benedito Rosa, afirma que há motivos de preocupação evidentes para a pré-conferência que será realizada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) na próxima segunda-feira, 26. A ministra Tereza Cristina e outros ministros da Agricultura das Américas já estão se deslocando para Roma, na Itália, onde se dará o evento.
O comentarista cita três movimentos que influenciam as decisões da FAO. O primeiro é um movimento capitaneado pela Europa, que vem há duas décadas elaborando um protecionismo mais efetivo contra a importação de produtos agrícolas das Américas. “Eles fizeram um grande esforço na Organização Mundial do Comércio (OMC) com barreiras tarifárias e não tarifárias, com regras na Organização Mundial da Saúde (OMS), e mesmo assim não conseguem competir.”
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O segundo movimento é o de natureza ideológica. Para Benedito Rosa há um movimento de implantar o socialismo combatendo as grandes propriedades, tecnologia moderna com equipamentos e máquinas, achando que facilitaria essa ação do socialismo, sobrando só a agricultura familiar.
O terceiro movimento que o comentarista expõe é do ambientalista militante. Onde as ONGs têm grande força junto com os partidos verdes que têm grande força na Alemanha, Itália e Suíça, acabam influenciando na composição de governos e gabinetes. “Se juntam nesses movimentos no sentido de promover mudanças no modelo de produção rural do mundo, e convergem os seus interesses, os ambientalistas querem uma agricultura tradicional antiga, e nesta hora que vem as consequências.”
