O governo federal anunciou nesta sexta-feira, 9, a redução do percentual de mistura do biodiesel no diesel, de 13% para 10%. Em nota, o Executivo afirma que trabalha pelo fortalecimento e consolidação do mercado brasileiro dos biocombustíveis, porém, buscando a garantia do abastecimento nacional e preservação do interesse do consumidor quanto a preço, qualidade e oferta do produto, a medida foi necessária.
Por lei, as distribuidoras são obrigadas a adicionar biodiesel no diesel antes da venda aos postos. As compras são feitas por meio de leilões, organizados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que ocorrem a cada dois meses.
Procuradas pela reportagem do Canal Rural, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) não se manifestaram até a publicação desta matéria.
O presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel, deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), afirma que o setor do biodiesel sofre, desde o início do governo Bolsonaro, com a falta de definição sobre a política a ser adotada. Para ele, não está sendo levada em consideração a agregação de valor e as vantagens ambientais e sociais. “Essa instabilidade é terrível”, diz.
Segundo ele, ao se manifestar favorável à decisão, o Ministério da Agricultura “deixa claro que prioriza a exportação do grão a agregar valor internamente, e com todas as consequência do farelo de soja, que é fundamental para a produção de proteína animal. Espero que o governo reveja a decisão e se defina sobre a política do biodiesel”, defende.