Em São Paulo, a semana começou com a arroba sendo negociada a R$ 144, aumento de R$ 0,25 em relação ao preço médio praticado em dezembro. A tendência de alta, registrada ao longo de 2014, continua em janeiro, inclusive no mercado futuro.
– O mercado futuro já deveria sinalizar queda, mas por conta do ágio, as cotações se mantêm altas – afirma a analista Renata Fernandes.
Pelo terceiro ano consecutivo, o valor registrado em janeiro é maior que o valor de dezembro, segundo levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Na comparação com os valores deflacionados e corrigidos pelo Índice Geral de Preços (IGP), a cotação hoje é a maior dos últimos 10 anos.
Há 10 anos, em 2005, corrigindo os valores da inflação, a arroba custava: R$ 102,31. Em 2006, atingiu a menor cotação em meio século, recuou 18%. Em 2007 marcou a reação, e em 2008 a maior valorização da década: 27%. A grande oferta em 2010 fez o preço recuar novamente. A desvalorização foi de 10% em um ano. Em 2012 e 2013 a queda das cotações motivou maior abate de fêmeas. E a redução da oferta fez o os preços subirem no ano seguinte: 2014 será lembrado pelas cotações recordes. São altas e baixas que marcam o ciclo pecuário.
Para os analistas, a alta no início de janeiro é motivada pela pouca oferta de animais. Os pecuaristas têm retido as fêmeas para fazer reposição do rebanho. Outro fator é o clima.
A temporada das águas ainda não se firmou. A seca compromete a qualidade dos pastos no Sudeste e Centro-Oeste, atrapalha o ganho de peso dos animais e atrasa os abates. Segundo o especialista César Castro Alves, a falta de estimativa de aumento do consumo tem segurado altas mais expressivas.
– Os preços devem se acomodar nos próximos dias, mas nada que sinalize uma retração no preço do boi gordo – aponta Castro Alves.