A epidemia de coronavírus afetou mais as importações brasileiras do que as exportações do país para a China, aponta relatório da GV Agro. O Brasil comprou 28% menos insumos dos chineses em fevereiro, por exemplo.
“Nosso indicador foi inaugurado em uma situação o fechamento (locked down) de parte do mercado chinês por conta da doença, Mas se valor olhar volume ou valor, seja comparado a janeiro ou fevereiro, houve expansão dos embarques”, relembra o pesquisador Felippe Serigati.
O especialista afirma que o grupo ainda estuda o que pode ter levado ao movimento. Há dois caminhos possíveis: uma resposta rápida à alta do dólar, que encarece os insumos, e problemas na logística, como os enfrentados por outros segmentos da economia brasileira.
Serigati afirma que março deve ser diferente. “Não dá para confirmar ainda, mas o nosso cenário base é que passaremos a sentir variações bruscas com foco na União Europeia. E é importante destacar como o cenário vem mudando rápido: em uma conversa 15 dias atrás não colocaríamos a UE no foco”, comenta.
‘Não é culpa só do coronavírus’
Os preços das commodities recuaram no mês passado pressionados pelas incertezas sobre a economia mundial. O coronavírus pesou, mas Serigati diz que a doença não foi a principal responsável. “É como um caminhão passando em cima de uma ponte. Ela tremeu, mas isso mostra que a ponte já estava frágil”, diz.
O pesquisador afirma que agora é preciso torcer para que as altas no dólar continuem compensando o preço em real e para que a baixa do petróleo se traduza em custos logísticos menores.