O Brasil produz 44 milhões de toneladas de frutas por ano, mas apenas 2,5% são exportadas, segundo a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Fruas e Derivados (Abrafrutas). Segundo o setor, um dos fatores que justificam o baixo índice da venda para o mercado externo é a incidência da mosca-das-frutas nos pomares brasileiros.
“Nós costumamos dizer que a mosca-das-frutas é a nossa febre aftosa. Ela tem dificultado a nossa vida no que diz respeito a exportação, pois os mercados internacionais que não têm a mosca são extremamente rigorosos nas barreiras fitossanitárias para que essas moscas não adentrem por meio da exportação. Por isso há essa dificuldade na abertura de novos mercados e ampliação das exportações brasileiras de frutas frescas”, analisou Eduardo Brandão, diretor-executivos da Abrafrutas.
A mosca é uma das pragas mais comuns na fruticultura, já que ela ataca todo tipo de fruta e se desenvolve em todo o território brasileiro com mais ocorrência nos meses úmidos e quentes. “É uma das pragas mais representativas, pois ela deixa o fruto impróprio e sem valor comercial, além de diminuir a produtividade”, disse o extensionista rural Névio Gonçalves Guimarães.
Dica valiosa
Névio ensina um método simples para ajudar a romper o ciclo da mosca. Ele coloca dentro de garrafas de plástico uma solução feita de água, açúcar e inseticida. Em uma árvore com 2 metros de altura por 2 de largura, ele instala três garrafas que vão atrair as moscas pelo açúcar. Os insetos, no entanto, terão o ciclo interrompido por causa do veneno contido na solução.
Ajuda federal
Combater a mosca das frutas sempre foi um grande desafio para os produtores. Mas a boa notícia é que a fruticultura pode receber um reforço financeiro do Ministério da Agricultura. Caso o financiamento internacional seja aprovado, um dos destinos do recurso vai ser a implementação de projetos de combate à praga.
“Nós vamos dividir esse recurso na implementação desses projetos que vão mudar o status sanitário de algumas doenças no brasil, como o caso da mosca-das-frutas, que precisa mudar o paradigma com relação às moscas que existem e que precisam ser erradicadas”, disse o secretário de Defesa Agropecuária, Luis Rangel.
A associação dos produtores participou da criação dos projetos e garante que o plano do Ministério contempla as diferentes espécies de mosca-das-frutas, do Sul ao Norte do país. “Um é o projeto de fortalecimento da área de zona livre do Vale do São Francisco; o segundo é um projeto de ampliação da zona livre de mosca do Nordeste, que envolve a região do Ceará e Rio Grande do Norte, principais produtores de frutas; outro projeto é mais voltado a questão do combate e controle da mosca anastrefa fatale, que é uma mosca que atinge mais a região Sul do Brasil e o último projeto seria para evitar que a mosca-da-carambola, que também é uma especie de mosca de fruta, adentre ao país”, finalizou Brandão.