O Reino Unido está oficialmente fora da União Europeia. Antes mesmo do Brexit, o governo brasileiro manifestou vontade de negociar acordos específicos com os britânicos. De acordo com o professor da Universidade São Paulo (USP) Celso Grisi, as conversas estão avançadas e as entidades de classe, alinhadas.
“Temos até o fim de 2020 para afastar as incertezas. Conseguiremos avançar com acordos muito interessantes, porque a Inglaterra precisará de novos fornecedores, pois sofrerá restrições da UE, e deve procurar o Mercosul”, afirma o especialista.
Além de minérios, as commodities agrícolas também devem se beneficiar, segundo o professor. “A soja definitivamente deve ganhar um espaço muito grandes. Depois, as carnes de frango e bovina. Já se espera isenções para esses dois produtos”, comenta.
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Grisi afirma que haverão discussões no âmbito do Mercosul, já que o Brasil faz parte do bloco e precisa aprovar um acordo geral. “Acho difícil ser um problema, mas é claro que existirão dificuldades. Negociações multilaterais significam pedir um conjunto de preferência e ceder outras, o que pode beneficiar um país e outros não. No caso da soja, por exemplo, a Argentina também deve ser favorecida, mas não o Uruguai”, diz. “Isso é comum, e necessita de um esforço diplomático para se chegar a um acordo”.