As pragas e as doenças são motivos de grande preocupação para os produtores de cana-de-açúcar. Estudos apontam que a broca da cana de açúcar causa prejuízos de R$ 3 bilhões por ano. No caso do bicudo, a cada 1% de caule subterrâneo atingido, perde-se 1% de produtividade.
A mecanização dos trabalhos é considerada como uma das responsáveis pelo alastramento das doenças. Segundo Hilário Gonçalves, diretor de uma usina localizada em Alta Mogiana, interior de São Paulo, as pragas e doenças causaram mais prejuízos ao produtor com a extensão da área plantada na última década. Para ele, faltou cuidado com as mudas escolhidas. “Nós estamos muito preocupados com os canaviais dos nossos fornecedores, onde a gente tem tentado fazer uma parceria e trocar bastante informações, de uma forma que a gente consiga minimizar os impactos que as pragas tem causado”, disse.
Desafios e alternativas para controlar essas doenças reuniram representantes da cadeia e pesquisadores em Piracicaba, interior paulista. A região é reconhecida pelo pioneirismo na implantação de um dos maiores programas de controle biológico de pragas da cana do mundo.
Além de novas variedades e métodos de controle de pragas e doenças da cana, os pesquisadores debateram maneiras mais eficientes de levar informação ao produtor. Para o setor, os prejuízos causados nos últimos anos nos canaviais brasileiros estão diretamente ligados à falta de mais mão de obra especializada.
“O Brasil se preparou na década de 70 e até 80 a gente realmente vinha se preparando, hoje não existe isso”, diz o presidente da Sociedade Dos Técnicos Açucareiros E Alcooleiros do Brasil (STAB), José Paulo Stupiello. “Quem não tem conhecimento fica difícil [controlar pragas e doenças]. Não é só contratar pessoas às vezes. As pessoas dizem pra mim, nós estamos contratando um técnico que tem trinta anos de experiência, e eu falo, e de conhecimento?”.