Carne brasileira pode ampliar espaço no mercado chinês, diz ministra

Tereza Cristina afirmou que o problema que vem se agravando por lá gera oportunidade para o Brasil ampliar exportações

Foto: Nelson Morés/Embrapa Suínos e Aves

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse nesta segunda, dia 22,  que a peste suína na China pode oferecer uma oportunidade para o Brasil ampliar seu mercado de carnes. A China é hoje a maior produtora de carne suína do mundo. “Hoje, com o problema que vem se agravando por lá, vemos grande oportunidade de o Brasil ocupar parte desse espaço”, disse a ministra, que esteve na Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Quanto à soja, a ministra disse que a expectativa é que as exportações para a China sejam menores por causa dos problemas com a peste suína no país. “Com certeza diminuirão as nossas exportações de soja, mas nós vamos agregar valor. Em vez de vender soja a US$ 500 a tonelada, vamos vender a proteína a US$ 2 mil a tonelada, seja frango, bovino ou suíno.”

Tereza Cristina lembrou, no entanto, que o Brasil precisa se manter alerta ao risco de contaminação de seus animais com a peste suína.

No Brasil, a peste suína africana (PSA) foi erradicada em dezembro de 1984, e o país foi declarado área livre da doença. Mesmo assim, no ano passado, o ministério ampliou as medidas de vigilância sanitária para evitar o ingresso do vírus no país. “Hoje a doença está espalhada só na Ásia, mas é muito preocupante.” A ministra destacou que é preciso tomar todas as medidas porque o Brasil é grande exportador e precisa estar seguro de que essa peste “não chegue aqui”.

Segundo o Ministério da Agricultura, a peste suína africana é uma doença viral e não oferece risco à saúde humana, mas pode dizimar plantéis de suínos, sendo altamente infecciosa, o que exige o sacrifício dos animais, conforme determina a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

 

Inspeção

Tereza Cristina informou que a China deve enviar mais uma missão ao Brasil para inspecionar as unidades produtoras de carnes. No ano passado, chineses já haviam visitado 10 plantas no país.

“Eles pediram para levar os relatórios com as novas perguntas, os novos questionamentos. Então, já estamos mandando para discutir lá com eles a abertura das plantas. Estamos levando as informações de outras plantas. Acreditamos que será marcada uma nova visita ao país para fazer vistoria em outras plantas”, acrescentou a ministra.

Viagem à Ásia

No dia 6 de maio, a ministra viaja para a Ásia. A primeira etapa da viagem será o Japão, onde ela participará da reunião de ministros da Agricultura dos países que integram o G20. Depois, ela irá à China, onde visitará uma feira em Xangai e terá encontro com autoridades chinesas para  discutir a abertura de novas plantas de carne. Na China, a ministra pretende falar também sobre as exportações de soja.

“Nós vamos falar sobre nossos mercados principais, e a soja é um deles, dado que os Estados Unidos estão fechando um acordo no setor agropecuário”, explicou Tereza Cristina. “O Brasil tem de ir lá e dizer: ‘Estamos aqui, sempre fomos bons parceiros, entregamos o que nos comprometemos, somos confiáveis’. Não podemos deixar o lugar vazio que alguém vem aqui e senta”, afirmou. Também estão no roteiro da ministra o Vietnã e a Indonésia.

Caminhoneiros

Em São Paulo, a ministra informou ainda que deve se reunir com representantes dos caminhoneiros nesta semana para avaliar a possibilidade de que eles façam fretes para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo Tereza Cristina, os caminhoneiros têm reclamado da falta de cargas e de trabalho porque muitas empresas contrataram frotas próprias.

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