A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) acredita que a propagação do coronavírus na China deve aumentar a demanda por carnes brasileiras. De acordo com a entidade, o cenário atual é a “tempestade perfeita” para beneficiar o mercado nacional de carnes.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), por outro lado, alerta que os chineses podem reduzir as importações. Segundo a entidade, além da epidemia, o feriado do Ano Novo Lunar — prolongado neste ano — também deve ser considerado, pois a atividade econômica diminui neste período.
O comentarista Miguel Daoud não acredita em um superaquecimento de demanda por proteína, mas afirma que a China vive um cenário de oferta em baixa, o que a forçará a buscar de outros mercados. “Podemos atender parte desta demanda, mas não podemos ir além de 10% [do que produzimos], assim como os Estados Unidos também não podem”, diz. Com isso, o mercado internacional pode sofrer outro “choque de demanda”, o que elevaria os preços.
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Daoud alerta que uma consequência direta disso é a escassez de milho do mercado interno de proteína, já que o cereal é usado para alimentação dos animais. “Mas o cenário não favorecerá tremendamente os produtores, uma vez que os custos podem subir muito por conta do câmbio”, afirma.