O frio, seguido de baixas temperaturas, chegou ao Rio Grande do Sul e alguns produtores gaúchos estão apostando na irrigação por microaspersão para evitar os prejuízos com as geadas.
No município de Soledade, no norte do Rio Grande do Sul, o casal Bruna e Lucas exibe com orgulho o investimento feito no sistema de irrigação por microaspersão, através do Pronaf Mais Alimento. O objetivo foi evitar os estragos com a geada na produção de pitaia que ocupa meio hectare da propriedade.
A irrigação, segundo Bruna, se fez necessária devido às baixas temperaturas, frequentes no município. “[A irrigação] funciona como um iglu. Ela é acionada quando a temperatura atinge 1 °C e protege a planta na temperatura inicial, molhando a planta e criando uma camada de gelo. Assim, a temperatura fria fica no exterior da planta e, no interior, se mantém entre 0 °C e 1 °C, que não prejudica a Pitaia”, contou.
No passado, o casal tentou fazer a prevenção cobrindo as plantas, mas a ação não deu resultado. Agora, eles fizeram o aporte de aproximadamente R$ 60 mil para proteger o cultivo. “No primeiro inverno, a gente teve a ideia de fazer a cobertura com bags, mas tivemos temperatura de -7 °C e tivemos danos severos. Perdemos muitas mudas e 70% da parte vegetativa da planta”, disse.
Bruna conta que na primeira geada forte deste ano, no início do mês, as plantas resistiram bem à temperatura negativa. “Esse ano teve a formação de uma geada, a -2 °C, e a planta se comportou muito bem, conseguindo resistir. Esperamos que, se formar nova geada, [o sistema] consiga suprir a necessidade da planta”.
Roger Terra de Moraes é extensionista rural agropecuário da Emater e explica, que além da Pitaia, o sistema anti-geada pode ser adotado também para frutíferas de clima temperado, como pessegueiro, ameixeira e videira em áreas onde a geada tardia é frequente.
“Funciona para essas cultura, inclusive o citrus, em locais onde há geada tardia, que ocorre em momento onde a planta, mesmo a mais resistente, está mais sensível às baixas temperaturas”, falou.