Ceias de final de ano terão frutas mais caras

Dólar elevado e menor volume importado motivam aumentos de 18% a 33%

Este é o período em que os comerciantes de todo o país negociam a importação de frutas para a demanda brasileira de fim de ano. Com a alta do dólar, a expectativa do mercado é o que volume embarcado seja pelo menos 20% menor que em 2014. De outubro de 2014 até agora, a alta do dólar já é de 60%. Esse câmbio dificulta a negociação de comerciantes brasileiros com os principais exportadores: Estados Unidos, Chile e Argentina. A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp) estima uma redução drástica tanto no volume embarcado como no consumo da fruta que vem do exterior.

Segundo o economista Flávio Godas, a expectativa é que o volume de importação tenha uma queda de 20% em relação ao ano passado. “O atacadista, o importador, eles ficam com receio de trazer todo esse volume e não ter como fazer as vendas”, diz.

Além disso, tem o produto nacional, que acaba sendo concorrente do importado.

“Esta semana e as duas semanas próximas são as chaves para ter fruta no final do ano. A gente já está sentindo uma redução de volume por dois motivos: taxa cambial e demanda de certas frutas no mundo todo”, diz o gerente de importação Cassiano Thomazetto.

Para ter uma ideia de quanto o consumidor deve desembolsar a mais neste ano separamos as duas frutas importadas mais usadas pelo brasileiro na preparação das ceias de fim de ano. Em 2014, em uma banca da Ceagesp, a romã estava sendo vendida a R$ 6 o quilo. Em dezembro, não custará menos que onze reais. Já a cereja chilena, que no ano passado era comercializada a R$ 10 o quilo, está saindo agora o dobro do preço.

“Dependendo de cada fruta, nós vamos ter de 18% a 20% de aumento. Já no caso das nozes e das castanhas, provavelmente nós vamos ter um aumento maior, de 32%, 33%. Nas frutas secas como damascos e tâmaras deve ficar por volta de 25%”, contabiliza Moacyr Saraiva Fernandes, presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf).