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Cerrado Mineiro: atraso na colheita de café impacta exportação

Chuvas em maio e junho afetaram lavouras e secagem de grãos

Fonte: Glaucio Rhodes/Manhuaçu (MG)

A colheita do café na região do Cerrado Mineiro está atrasada. A chuva nos meses de maio e junho prejudicou o planejamento das lavouras e a secagem dos grãos. Para piorar a situação, a queda na produção deve ser maior do que o esperado para esta safra. O produtor Luiz Conti acredita que vai colher 28 sacas de café por hectare, 50% a menos do que o estimado.

– No período de janeiro, em que nós esperávamos por chuva para o enchimento dos grãos da safra 2015/2016, ocorreu uma falta de chuva gravíssima na nossa região, com apenas 32 milímetros na região. Nós também tivemos temperaturas muito altas nesse mês de janeiro, onde a temperatura chegou a máxima de 40 graus – afirma.

O período chuvoso só começou nos meses de abril e maio, e parte da produção já havia sido colhida. A umidade do ar dificultou a secagem dos grãos no terreiro e prejudicou qualidade da bebida do café, um dos fatores avaliados na classificação do produto para exportação. Com isso, o produtor estima que a receita da fazenda deva recuar quase 60% este ano.

– Se você vende um café para exportação com qualidade, como o que produzimos aqui, o preço pode chegar a R$ 650, R$ 700 a saca. Hoje, nós vamos vender apenas 30% da produção para exportação e 70% vamos vender para o mercado interno, a um preço de R$ 350 a saca – pontua.

A situação de Conti é semelhante a de muitos cafeicultores do Cerrado Mineiro. A queda de 10% a 15% na produção já era esperada por conta da bienalidade da cultura, que alterna safra de maior produtividade com outra de menor rendimento, mas agora o prejuízo pode ser ainda maior.

Segundo levantamento realizado pela Expocaccer, cooperativa que atua nos 55 municípios do Cerrado Mineiro, a previsão para a safra 2015/2016 é de queda de 25% a 30% na produção, número superior ao anunciados no início do ano. A região deve produzir cerca de 5 milhões de sacas de café, quase 1 milhão a menos em relação a safra 2014/2015.

– Comparando com o ano passado, nós recebemos metade do café que nós tinhamos recebido. Apesar de ser um ano de bienalidade, era para termos recebido cerca de 70%, 80% a mais do que nós recebemos. Acreditamos que em agosto, setembro, tenhamos maior acúmulo nos pátios com relação a recebimento – afirma o consultor da Expocaccer, João Ferreira Junior.

Segundo ele, o dólar tem compensado a queda no preço do produto na Bolsa de Nova York. No longo prazo, porém, a alta da moeda americana deve causar impactos negativos.

– O dólar, do mesmo jeito que ele a princípio melhora o café – como o produto tem o custo muito taxado em dólar com produtos importados – ele em um segundo momento deve trazer um reflexo em relação a custob – ressalta. 

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