A chuva acima da média no interior de São Paulo prejudicou a produção de hortaliças, provocando alta nos preços. Segundo registros, foram 140 milímetros a mais que o registrado no mesmo período do ano passado, o que reverteu a tendência de queda da verdura no estado
Para o produtor rural Gervásio Massaki, a chuva provocou uma perda de qualidade em suas hortaliças. A couve-flor, por exemplo, ficou pequena e deverá ser vendida por preços mais tímidos. “Neste tamanho nós vendemos uma média de R$ 20 a dúzia. Se fosse no tamanho ideal, essa quantidade sairia por R$ 30 ou R$ 40”, disse.
Agora o produtor se preocupa com o possível surgimento de bactérias e doenças que não são tão comuns nesta época. O que aumenta o custo de produção em cerca de 40% é a necessidade de mais aplicações de defensivos e o fato de o ciclo das culturas ser maior nesta época.
“No verão, normalmente se costuma ter 40 a 50 dias pra colher um pé de alface. Com essa condição climática, estamos chegando a 90 dias pra formar uma planta, quase que 30 dias a mais”, disse o agrônomo Rogério Minoru Inaba.
Em uma propriedade vizinha, a perda será na plantação de brócolis. “Estamos calculando uma perda em torno de 70% devido à grande umidade que está tendo nesta época”, disse o produtor Fernando Kamiya.
Como a produtividade vinha elevada, o índice Ceagesp de verduras caiu 9,06% em maio. Com o clima desfavorável, no entanto, o preço pago ao produtor deve subir novamente. “Foram quedas consecutivas desde março. Então, o preço está muito próximo ao custo, o que favorece ao consumidor final, os níveis de inflação, mas prejudica muito o produtor rural. O produtor vê diminuída a sua rentabilidade e a tendência é que isto iniba investimento”, disse o economista da Ceagesp Flávio Godas.