Chuva em julho prejudica a produtividade do trigo no oeste do Paraná

Ataque da giberela causou perdas de até 20% na produção dos agricultores de Juvinópolis

O início da colheita do trigo no oeste Paraná foi prejudicado pelas chuvas do mês de julho. As lavouras mais antigas ficaram sensíveis a doenças e a planta não se formou de maneira adequada. A giberela, um fungo que ataca as flores e impede a formação do grão, se aproveitou do clima para atacar a produtividade do cereal.

De acordo com o engenheiro agrônomo Paulo Weissheimer, a doença acabou com 1/3 da produção nas áreas que foram cultivadas mais cedo. O distrito de Juvinópolis tem cerca de dois mil hectares destinados ao trigo.

– Houve o excesso de chuva bem no período de aplicação do fungicida, o produtor não conseguiu fazer a aplicação – explica.

As áreas plantadas antes de maio são as mais prejudicadas. A chuva chegou em um momento delicado da safra, no período da floração, o que impediu o desenvolvimento da planta. Na área mais tardia, a situação é um pouco melhor, mas a lavoura está sem uniformidade, algo que está relacionado ao excesso de chuvas.

Na propriedade do agricultor Hélio Aflen, em Juvinópolis, a espiga não granou, como ele costuma dizer. A quebra de produção é resultado dos 20 dias seguidos de chuvas em julho que resultou em perdas de quase 20% na hora da colheita.

– Nem grão não teve, e quando se forma é um grão miúdo, com melhor qualidade. A gente conseguiu uma produtividade de 60 sacas por alqueire. Não cobre os custos de produção – lamenta Aflen.

As lavouras plantadas no fim de maio devem produzir normalmente. A Secretaria de Agricultura do Paraná estima uma safra de quase 4 milhões de toneladas, já considerando a quebra de produção no início da colheita.

Preços

O agricultor do oeste do Paraná tem recebido R$ 32,50 pela saca de 60 kg. O preço está acima do registrado no mesmo mês de 2014, mas ainda está abaixo do mínimo estabelecido pelo governo.

– A gente espera que melhore [o preço], para o produtor ter mais rentabilidade e continuar na cultura – comenta o agricultor Hélio Aflen.