A chuva dos últimos dias causou prejuízos a produtores de hortaliças em Cabreúva, no interior de São Paulo. Em apenas 72 horas, choveu mais da metade que o previsto para todo o mês de janeiro.
Iniciada no sábado passado, dia 9, a chuva para às vezes. Mas, quando volta, vem com intensidade. Segundo a Defesa Civil da cidade, entre domingo e terça-feira choveu 132 milímetros. Esse volume equivale a 60% da média histórica para o mês na região, que é de 221 milímetros nos últimos 12 anos.
As folhas amareladas da acelga na propriedade de Lúcia e Hideo Kajita dão uma ideia do quanto choveu na região. Na horta, está até difícil andar com tantas poças de água em meio à plantação.
“No momento não dá para a gente calcular o prejuízo. Quando o tempo estiar, aí sim a gente vê o que se perdeu”, diz Lúcia.
“Como nós, as plantas são seres vivos que precisam de muitas coisas em quantidades razoáveis, nem muito, nem pouco. O excesso de água prejudica bastante, tanto quanto a falta d’água”, diz Jecel de Campos, engenheiro agrônomo da prefeitura
A preocupação agora é com o clima das próximas semanas. Se a chuva der uma trégua, os produtores torcem por dias menos quentes, já que a unidade combinada com o calor, além de apodrecer a raiz das hortaliças, favorece o aparecimento de doenças.
“Vem bastante praga, viu? Vem porque não tem como passar nada na plantação, nem um venenozinho”, diz o produtor de hortaliças José da Cruz.
O agricultor Jadir Aparecido Figueiredo mantém uma área de 12 hectares de quiabo e registrou poucas perdas. Mas está preocupado com a produtividade daqui por diante. O excesso de chuva deve comprometer o desenvolvimento do fruto.
“Eu acho que vai produzir menos porque o quiabo cresce demais com tanta chuva, e os pés ficam longe um do outro. Então a tendência é dar um pouco menos”, diz o produtor.
Quando a chuva reduzir o volume, muitos produtores devem replantar áreas e reforçar a adubação. Isso pode diminuir a oferta de hortaliças no mercado nas próximas semanas.
“O mercado já sentiu. A gente vê os preços mais altos e a falta do produto”, afirma o técnico agrícola Jesus Aparecido de Carvalho.