Na propriedade de Matheus Torezzan, em Piracicaba (SP), a cana-de-açúcar está quase pronta pra colher. Ele tem 30 hectares e conta que só não plantou mais por causa da falta de recursos, já que no ano passado ele teve quebra da safra em 25%. Mas esse ano a perspectiva é um pouco diferente. O produtor quer investir mais, já que há promessa de uma safra melhor, com a normalização das chuvas.
Além da produtividade ser melhor, a expectativa dos produtores de cana do interior de São Paulo é de que os preços praticados no mercado nessa safra sejam até 5% que no ano passado. O analista Tarcilo Rodrigues aponta que a tendência é de estabilidade e aumento médio deve ficar em 3%.
O presidente da Associação de Fornecedores de Cana, José Coral, diz que este é um ano mais esperançoso, por conta da incorporação da Cide.
– É uma safra mais alcooleira que açucareira. Tomara que abra os olhos do governo, já que o álcool é um combustível nosso e é melhor do que importar combustível fóssil – aponta Coral.
O analista de mercado Plínio Nastari afirma que a tendência é de uma recuperação parcial a curto e médio prazo se o clima ajudar.
– De certa forma, o que caracteriza essa safra é o fato de que esse ano nós tivemos um verão mais úmido, com chuvas a partir de novembro acima da media histórica e dezembro Também em janeiro tivemos uma estiagem e em fevereiro e março chuvas acima da média histórica de 30 anos. A gente vê que a safra está ficando cada vez mais heterogênea. De modo geral, temos um volume de cana ligeiramente superior ao do ano passado, com uma ATR menor. A soma desses dois efeitos leva a um aumento da oferta de ATR de 1,9, segundo a nossa estimativa.
Edição de Gisele Neuls.