RS: cidades atingidas por chuvas pedem crédito prorrogado e recursos de emergência

Prejuízo no campo soma R$ 506 milhões e começa a ter reflexo nas cerealistas, que precisam de maior volume de soja para alcançar padrão comercial

Fonte: divulgação

Com perdas nas lavouras em razão do excesso de chuvas que somam R$ 506 milhões, cidades do Rio Grande do Sul apelaram ao governo federal e estadual nesta quarta, dia 27, pela prorrogação de linhas de crédito e pela liberação urgente de recursos emergenciais.

O prefeito de Arroio Grande, Luis Henrique Pereira, afirma que os produtores querem negociar com os bancos, através das secretarias estaduais de Agricultura e de Desenvolvimento Social. A preocupação é com o fluxo de caixa no município.

“A queda na produção implica falta de circulação de moeda no comércio local, que vai ser atingido”, diz o prefeito.
O secretário de Agricultura do estado, Ernani Polo, afirma que busca-se, através do Banco Central, prorrogar as dívidas de custeio e investimentos. “Isso daria uma melhor condição futura para que os produtores não fiquem impossibilitados de acessar créditos”.

As prefeituras também pedem urgência no decreto de calamidade, ferramenta fundamental para ter acesso a recursos emergenciais. De acordo com Polo, uma força-tarefa foi montada pela Defesa Civil para agilizar a homologação dos pedidos emitidos pelos municípios. Dessa forma, diz o secretário, os produtores teriam amparo para buscar eles próprios a renegociação e a prorrogação das dívidas.

As perdas com as chuvas já atingem as cerealistas. Em função do excesso de grãos avariados, neste ano será necessário um volume de soja seis vezes maior para se alcançar o chamado padrão comercial exigido pela indústria, calcula o engenheiro agrônomo da cerealista Puro Grão Marcelo Couto de Oliveira.

Ele explica que o porto aceita até 8% de grãos avariados na soja comercial. Assim, para poder cumprir com os contratos, é precisa ter um volume maior de colheita. “Podemos chegar num momento de não poder receber mais soja, por não ter aonde armazenar e não ter como dar destino a ela”, conta Oliveira.