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Clima ajuda e produtores brasileiros investem em cafés especiais

Cooperados da Cooxupé conseguiram colher 76% de cafés finos nesta temporada. Alguns lotes de grãos especiais chegam a render até o dobro de lucro

Fonte: Cleverson Beje

Na região sul de Minas Gerais o clima ajudou e a qualidade dos grãos de café foi melhor que o esperado em 2017, bom para os produtores que devem conseguir um produto mais valorizado. Quem aposta no café especial, garante que o mercado é crescente e vale a pena o investimento.

Se a safra de café foi menor nesta temporada, a qualidade do grão, por outro lado, não decepcionou. Dados da Cooperativa Regional de Cafeicultores, em Guaxupé, que conta com mais de 12 mil produtores, mostram que o café fino representou 76% da safra, o médio 18% e, o inferior 6%. De uma temporada para outra, a diferença entre cafés finos cresceu 12%.

“A colheita desse ano tivemos uma qualidade muito boa por causa do clima seco durante a colheita. Para a árvore, isso prejudica, mas pro grão é favorável”, explica Carlos Paulino, presidente da Cooxupé.

E, se as chuvas atingem volumes expressivos durante o período da colheita (que vai de maio a setembro), a quantidade de café de varrição colhido aumenta. Foi exatamente o que aconteceu na safra de 2016, afirma o engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, Marcelo Jordão Filho, ao relembrar da chuva de 120 milímetros de junho.

“Quando acontece isso, além de ter problema nos frutos que estão sendo colhidos, tem perda naquilo que já foi colhido e estão no processo de secagem. Começa um processo de fermentação, depreciando a qualidade do produto final. Nessa safra de 2017, tivemos 40% menos chuvas no período da colheita e isso contribuiu para a obtenção dos cafés mais finos”, conta Jordão Filho.

Se o clima ajudou a manter a qualidade do grão, produtores enxergaram a oportunidade de investir nos cafés especiais. Por gerações a cafeicultura fez parte da família do produtor Enison Lopes Ferreira Filho, na região da Mogiana (SP). Mas, a tradição (até o ano passado) era produzir o café commodity. Com as condições climáticas favoráveis, ele começou a investir em alta qualidade. Uma das ferramentas foi o manejo de pós-colheita voltado ao café especial.

“Óbvio que o clima bom nos proporciona um lote maior de café fino, mas o manejo adotado tanto na rastreabilidade, quanto na pesquisa interna nos talhões para fazer essa prévia antes da colheita, para saber qual talhão começa a colher nos processos de maturação, faz a diferença”, conta Ferreira Filho.

Além do manejo, o produtor precisou contratar e capacitar mão de obra, adequar estruturas físicas e maquinário. O resultado foi considerado satisfatório, 50% já foi vendido para o mercado externo e 5% para mercado interno.

“Tivemos bons resultados nesse ano. Tem cafés que conseguimos ágio de 20% a 100%. Os  de 100% foram os menores lotes e os micro lotes. No restante da nossa safra conseguimos margens de até 35%. Isso fez com que eu conseguisse pagar boa parte do investimento no primeiro ano”, conta Ferreira Filho.

“Existe um mercado crescente tanto no interno, quanto no externo. Aqui no Brasil, cresce em torno de 30% ao ano a procura por cafés especiais”, garante engenheiro agrônomo da Fundação Procafé.

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