O clima e as pragas vão reduzir a produtividade do feijão cultivado em São Paulo. Os preços devem subir, mas podem esbarrar na desaceleração do consumo. O excesso de chuva, insetos e até mesmo o granizo prejudicaram o desenvolvimento das plantas. Por isso, os produtores esperam menor produtividade e que o preço fique maior que o praticado na safra passada, quando a saca de feijão da região de Paranapanema foi vendida a R$ 124.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que o preço pago ao produtor possa chegar a R$ 150 a saca até janeiro por causa da menor oferta. Em todo o país, a terceira safra de feijão deve ser 5% menor em relação ao mesmo ciclo do ano passado, com 820 mil toneladas. Por outro lado, o consumo também deve cair.
– Hoje, a economia, a gente sabe que está numa situação difícil e feijão acima de R$ 4,50 o quilo fica difícil para o consumidor. Então, a gente já vê uma diminuição de consumo. Aquele consumidor que ia ao supermercado e comprava o suficiente para o mês ele já vai a cada 15 dias. Ele não consegue mais fazer o rancho do mês, porque tá difícil. Nós temos aí um nível muito grande de desemprego no país, o dólar que está disparado, uma economia realmente difícil pra todos os consumidores – a analista de mercado Sandra Hetzel.