Produtores e entidades reunidos no I Encontro das Cadeias Produtivas do Setor Agropecuário Paulista nesta terça-feira, dia 15, em São Paulo, concluíram que o setor sucroenergético foi o que mais sofreu com o cenário climático e econômico em 2015.
Usinas endividadas, cerca de 80 unidades fechadas, muito chuva e o menor rendimento de açúcar dos últimos 20 anos marcaram a temporada, de acordo com os participantes do evento, realizado pela secretaria de Agricultura paulista para fazer um balanço do agronegócio.
De acordo com o ex-ministro da Agricultura e atual conselheiro de Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Rodrigues, o governo teria retirado todas as condições de o setor avançar, como a oferta de crédito, por exemplo. Por outro lado, os preços caíram no mercado internacional.
“Foi uma tempestade perfeita”, afirma Rodrigues, ressalvando que a situação será arrumada pelo mercado agora. Segundo ele, a seca nos países asiáticos já fez os preços subirem bastante.
Para o produtor de cana Roberto Artioli, as lavouras estão sendo prejudicadas pelo fator hídrico. “Mas não podemos deixar de tirar essa cana”, diz.
Após anunciar uma série de medidas para economizar recursos, o governo de São Paulo prometeu aprimorar ainda mais as soluções para enfrentar a crise hídrica. Os produtores deveriam adotar novas formas de manejo e de conservação do solo, diz o secretário de Agricultura paulista, Arnaldo Jardim.
O governador Geraldo Alckmin aproveitou o encontro para assinar o decreto que cria um grupo de trabalho para implementar a agricultura de baixo carbono em São Paulo. As ações devem começar com a regularização da situação do produtor que ainda não fez o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Um mutirão está previsto para o início de 2016 em diversas regiões do estado.