O clima prejudicou a produção de hortaliças no interior de São Paulo. Tem agricultor que perdeu metade da lavoura por causa do problema. E isso reflete nos preços. Na Ceagesp, em São Paulo, o valor das verduras subiu mais de 50%.
Os canteiros vazios nas propriedades do produtor Aparecido Alves Queiroga, em Biritiba-Mirim, no interior paulista, são reflexos das fortes chuvas e do calor intenso que atingiram a região nos meses de janeiro e fevereiro. Para amenizar os prejuízos, o produtor precisou cortar despesas com insumos e, principalmente, com funcionários.
“Precisei reduzir bastante custo e insumo. Reduzi 50% de funcionários porque ficou difícil. Tive perda de 50%. Com insumo a preço de dólar e nossa mercadoria com o preço de 15 anos atrás, ficou difícil”, conta Queiroga.
Nesta época do ano, cerca de 90% de toda a produção já deveria ter sido colhida, mas, devido ao clima, a colheita não chegou a 50%. Esta área de alface, por exemplo, foi toda perdida. A esperança é que as chuvas deem uma trégua para voltar com o cultivo de todas as variedades de hortaliças produzidas na propriedade.
Enquanto isso, mudas de repolho, couve-flor, coentro e brócolis esperam para sair das bandejas armazenadas nas estufas. Mas as que já estão na época de plantio, o produtor resolveu arriscar.
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“Eu estou plantando. Estou arriscando porque é um período difícil. Ainda espero muita chuva para o mês de março, e depois é inverno, já vai ser outra consequência para nós sofrer de novo”, comenta Queiroga.
E não foi apenas no bolso do produtor que o clima pesou. O índice de preços da Ceagesp em São Paulo encerrou fevereiro com alta de 5,78%. O setor de verduras teve alta expressiva de 51,8%. O abastecimento ficou comprometido e foi preciso trazer produtos de outros estados.
“Esse aumento foi devido às chuvas muito fortes que devem ter prejudicado pontualmente algumas regiões, principalmente o cinturão verde São Paulo. Então, prejudicou muito a produção de hortaliças, e como as hortaliças têm um período de produção curto, já entraram de outras regiões, do estado de Minas Gerais e do Rio de Janeiro”, aponta o analista da Ceagesp, Ubaldo Cardinal Filho.
Enquanto as chuvas não passam, a dica para o produtor é colher o que conseguir e tentar deixar o solo preparado para o próximo plantio.
