Clima prejudica safra de pêssego e quebra deve ser de 40% em SP

São Paulo produz em média 33 mil toneladas de pêssego por ano e é o segundo maior produtor e principal fornecedor do pêssego de mesa do país

Fonte: Suelen Farias/Canal Rural

Produtores de pêssego de São Paulo estimam perda de até 40% na produtividade desta safra por causa do clima, que em 2016 surpreendeu bem mais que nos anos anteriores. Segundo os produtores, o excesso de frio, de chuva e de longos períodos secos no primeiro semestre influenciou diretamente na florada dos pés e no chamado ‘pegamento’ dos frutos.

No sítio Santo Antônio, em Jarinu (SP), considerada uma das maiores produtores do estado , o volume colhido deve ser até 40% menos do que em 2015. Pela experiência de 20 anos na atividade, o produtor rural Waldir Parise já sabe que a quebra irá pesar no caixa no final do ano. “A gente vai ficar com uma baixa rentabilidade, isso para quem conseguir fechar as contas”, disse.

De acordo com o engenheiro agrícola Paulo Gilberto de Mello Schrank, houve um desastre ecológico que acabou prejudicando as lavouras. “Desde as flores, se der um vendaval muito forte elas caem, e acaba perdendo toda uma parte”, avaliou

São Paulo produz em média 33 mil toneladas de pêssego por ano, o segundo maior produtor e principal fornecedor do pêssego de mesa do país. “O estado que mais produz é o Rio Grande do Sul, com 166 mil toneladas, depois vem São Paulo com 33 mil toneladas”, disse
Moacyr Saraiva Fernandes, presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf).

Segundo ele, a produção gaúcha poderá contrabalancear os problemas enfrentados em São Paulo e, a quebra poderá ser de dez a 15% da produção neste ano.

Preço
E a expectativa de quebra na safra de pêssego já influenciou no preço do quilo da fruta em São Paulo.  O valor pago ao produtor está pelo menos 20% mais alto que no mesmo período do ano passado. “A oferta do produto ainda está muito baixa, mas eu acredito que daqui uns dias isso deve até baixar um pouco porque o estado também já entra em colheita, mas o preço está um pouco acima do que no ano passado, mas não compensa a quebra de produtividade que nós tivemos”, disse Waldir.

A quebra, na visão do gestor de agronegócio Fulvio Bardia, pode desestimular muitos produtores a investirem nas próximas safras. “Quem trabalha com a gestão contínua de suas propriedades não deve perder o padrão de reforma do pomar, mas isso vai afetar a tomada de decisão do produtor com relação à quantidade de pés para as próximas safras”, concluiu.