Produtores de trigo do noroeste do Rio Grande do Sul estão preocupados com a falta de uniformidade nas lavouras por causa do clima na região. Clima frio e tempo seco geram uma combinação perfeita para o trigo, mas não na época de plantio, como aconteceu na região de Ijuí, que não chove há 25 dias, desde quando os produtores colocaram a semente na terra.
O plantio termina no início do próximo mês e as plantas, que deveriam estar na fase de perfilhamento, mal conseguem germinar em muitos casos. A situação já preocupa os produtores locais, como Maurício Eickhoff, que vê parte de sua produção em estágio ideal e outra com sementes que ainda estão no início da germinação. “Isso preocupa, então a gente está torcendo por uma excelente chuva de no mínimo de 25 a 30 milímetros para poder fazer essa germinação e tentar minimizar as perdas”, disse.
Para o engenheiro agrônomo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS), Gilberto Bortolini, o trigo, diferentemente de outras culturas, tem dificuldade de alcançar a uniformidade durante o ciclo. “Se nós temos plantas que emergiram em momentos diferentes, nós vamos chegar até o momento da colheita com essas plantas em estágios diferenciado e isso pode complicar a colheita e a qualidade do produto no final, quando o produtor entregar lá na sua cooperativa ou na indústria”, disse.
Replantar poderia ser uma alternativa caso a lavoura não vingue como o ideal, mas isso geraria outro problema para o produtor. “A princípio não tem mais sementes e o custo ficaria muito alto, não compensando esse replantio”, falou Maurício Eickhoff.
Ao que tudo indica, somente a chuva pode ajudar a terra e trazer alívio aos triticultores. “Se chover durante a semana, nós podemos minimizar alguns impactos da emergência desuniforme. Essa semana, portanto, será muito decisiva para a cultura do trigo na nossa região”, finalizou o engenheiro agrônomo Gilberto Bortolini.