O frio intenso deste ano causou a perda de produtividade das uvas de mesa e quebra da safra ser de 60% em Pilar do Sul, um dos principais municípios produtores de São Paulo. Segundo especialistas, o inverno mais rigoroso trouxe temperaturas negativas, o que reduziu a produção de cachos.
“A gente teve uma geada muito intensa, que não tava prevista para o mês e culminou na época de poda da região. Foi um ano bastante chuvoso e enfrentamos variações de clima, como em dias que enfrentamos frio, sol e chuva. Essa oscilação de temperatura fez com que a produção caísse em torno de 60% a 70%, no mínimo”, falou o engenheiro agrônomo Diego de Góes Vieira.
A região é composta por cerca de 400 pequenas propriedades produtoras de uva e, na maioria delas, a perspectiva é de quebra da safra que começa a ser colhida em janeiro.
O produtor Pedro Donizete Carvalho espera colher, no máximo, 10 toneladas de uva por hectare. “Agora só o outro ano pra ver se podar mais um pouco tardio pra sair da época mais fria, pra ver se a produção volta ao normal”, lamentou.
Em outra propriedade, as videiras acabaram produzindo mais cachos, apresar das baixas temperaturas. Nesta situação, a poda só é feita após o produtor ter certeza em que parte do ramo vai sair o cacho. “Por meio dos cortes da gema que a gente determina a fertilidade das plantas e, assim, prevendo uma produção para o ano seguinte”, falou o produtor Leandro Vieira de Proença.
As gemas são as partes mais grossas dos ramos, de onde brotam os cachos. Se é possível saber em qual gema vai ter produção, dá pra calcular o tamanho do ramo para garantir uma boa safra. O corte das gemas é feito no escritório, onde o produtor utiliza um microscópio eletrônico.
Com a análise dos ramos, o produtor João Batista de Proença deve colher 30 toneladas por hectare e conseguir a melhor que a média da região. “Temos bastante tempo de experiência e a gente vem tentando várias técnicas. São 44 anos de uva e com esse tempo a gente aprendeu um pouco, sempre buscando o melhor.”