O clima quente e seco em São Paulo, sem a presença de chuvas fortes que poderiam afetar a produção, tem colaborado para aumentar a oferta de alface. Com mais produto no mercado, o valor da hortaliça já caiu mais de 15% na última semana.
De acordo com o economista da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) Flávio Godas, mais de 90% das áreas de produção de hortaliças do estado utilizam sistemas de irrigação. Dessa forma, o produtor consegue fornecer água em quantidade adequada e no momento certo para a cultura.
“Mesmo com a temperatura elevada, a gente tem ganhos em volume ofertado, e o reflexo disso é que os preços vêm caindo”, diz ele. Segundo Godas, um engradado contendo 24 pés de alface crespa estava cotado entre R$ 23 e R$ 25 na semana passada, passando para cerca de R$ 18 nesta semana.
“O preço normal seria R$ 12 (a caixa), então existe margem para mais queda, o que deve acontecer nas próximas semanas”, afirma o economista.
Irrigação
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Se, por um lado, as condições climáticas garantem boa qualidade aos pés de alface, por outro exigem cuidados redobrados com a irrigação da cultura. O produtor Dorival Moreira dos Santos conta que suas hortaliças não veem chuva há mais de um mês. Em geral, as plantas novas são irrigadas diariamente, e, um pouco maiores, recebem água de três em três dias.
O problema é que o reservatório da propriedade é abastecido por água da chuva, obrigando Santos a economizar nas regas. Mesmo satisfeito com a qualidade da alface que vem colhendo, o produtor tem se preocupado com o eventual aparecimento de doenças.
“Se começa a dar muita seca, aí a virose chega”, explica o produtor, que afirma estar plantando menos do que o normal para esta época.
A boa oferta de alface teve impacto direto no preço da hortaliça aqui no maior entreposto de frutas, legumes e verduras da América latina, a CEAGESP. Hoje, uma caixa como esta, com vinte pés de alface crespa está sendo vendida a quinze, dezoito reais, queda de 15% na comparação com a semana passada.
